quarta-feira, 29 de dezembro de 2010







2011
Ano Internacional das Florestas

foto: lubasi
Imagem área da floresta amazônica que possui a maior biodiversidade do planeta/Foto:lubasi
Elas cobrem 31% da área terrestre total do planeta, abrigam o lar de 300 milhões de pessoas em todo o mundo e têm responsabilidade direta quando o assunto é a garantia da sobrevivência de 1,6 bilhão de pessoas e de 80% da biodiversidade da Terra. É das florestas de quem estamos falando.
Depois de 2010 ter sido dedicado à biodiversidade, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011, oficialmente, o Ano Internacional das Florestas, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a preservação para uma vida sustentável no planeta.
Sob o tema Florestas para o Povo, a iniciativa mundial inclui a promoção de ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta do planeta, além de mostrar à população mundial que a exploração das matas sem um manejo sustentável pode causar uma série de prejuízos, como a perda da biodiversidade, o agravamento das mudanças climáticas, migrações desordenadas para áreas urbanas e o crescimento da caça e do desmatamento ilegal.
Só em 2004, o comércio mundial de produtos florestais movimentou US$ 327 bilhões (algo em torno de R$ 588,8 bilhões), segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A exploração predatória e o desrespeito ao ciclo de vida natural das florestas têm como consequência a ameaça da sustentabilidade econômica, das relações sociais e da vida humana no planeta, pois elas são a fonte de água potável e alimentos.
Por outro lado, fornecem também matérias primas para indústrias essenciais como a farmacêutica e da construção civil, além de desempenhar um papel vital na manutenção da estabilidade do clima e do meio ambiente globais.
logo.gif
Logomarca do Ano Interncional das Florestas 2011
Situação das florestas no Brasil
O Brasil abriga 60% dos aproximadamente 5,5 milhões de km² da área total da Floresta Amazônica, a maior do planeta. Dentro do Brasil, ela se estende por nove Estados: Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Acre, Amapá, Maranhão, Tocantins e parte do Mato Grosso, representando mais de 61 % do território nacional.
A mata também se estende por mais oito países: Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. A Amazônia é também a maior floresta úmida e detentora da maior biodiversidade.
Contudo, tamanha riqueza natural tem sido alvo de exploração predatória e ilegal, o que significa assim o ciclo natural da reprodução dos recursos, bem como a subsistência das comunidades indígenas que habitam a região. A madeira proveniente da floresta abastece setores vitais para a economia nacional, a exemplo da construção civil, carne bovina e soja.
O problema é que boa parte dessa matéria-prima é extraída ilegalmente. Um levantamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA) estimou, em 2008, que o volume de madeira ilegal da Amazônia que abastece o mercado pode chegar a 90% do total consumido no país. A indústria da construção civil, segundo o estudo, é a que mais se beneficia.
Intitulado Quem se beneficia com a destruição da Amazônia, um estudo realizado em 2008 por iniciativa do Fórum Amazônia Sustentável e do Movimento Nossa São Paulo (atualmente Rede Nossa São Paulo), mostrou que as populações urbanas são as que mais se beneficiam dos recursos extraídos da floresta.
No site oficial do Ano Internacional das Florestas (em inglês), o consumidor é convidado a divulgar ações que pretende promover em 2011 em defesa das florestas.
Fonte: Instituto Akatu, Ecodesenvolvimento e Onu

Tom Lowe ganhou o prêmio de melhor foto de astronomia de 2010. Não deixe, de forma alguma, de clicar na imagem vencedora “Blazing Bristlecone”. Também é um cineasta de mão cheia. Ele produz refrescos para nossos olhos urbanos. Abaixo, veja o ceú que as nossas próprias luzes apagam no filme “Learning to fly”.

O céu que nós não vemos

Timescapes Timelapse: Learning to Fly from Tom Lowe @ Timescapes on Vimeo.

Aquecimento Global


Veja o que já mudou e o que está mudando no planeta:

TEMPERATURA: Desde a Revolução Industrial, a temperatura da Terra já aumentou cerca de 0,7ºC. Se até o fim do século ultrapassarmos 2ºC, alguns efeitos climáticos serão irreversíveis.

ELEVAÇÃO DOS MARES: O nível do mar está subindo duas vezes mais depressa que o ritmo registrado no século passado.

DERRETIMENTO DAS GELEIRAS: Em agosto, uma ilha de gelo de mais de 284km2 se desprendeu da Groenlândia. Já o Oceano Ártico registrou, nos últimos 4 anos, as quatro maiores perdas de sua cobertura de gelo durante o verão no Hemisfério Norte.

DESASTRES NATURAIS: Neste ano a Rússia enfrentou a onda de calor mais intensa de toda a sua história, que foi acompanhada por intensos incêndios florestais. Já o Paquistão e a China registraram inundações devastadoras.

MORTES: Segundo a ONG OXFAM, 21 mil mortes foram causadas neste ano pelo clima.

EXTREMOS: No começo de 2010, fortes nevascas paralisaram os EUA e causaram precipitações recordes de neve na Rússia e na China. Depois disso, a temperatura começou a ferver. Este ano já está sendo considerado o mais quente da história ou pelo menos um dos três mais quentes, ao lado de 1998 e 2005.

CUSTOS: Os desastres naturais contabilizaram prejuízos de US$ 222 bilhões e m 2010.

Fonte: Jornal O Globo, dezembro de 2010.

COP 16 - Cancún - Pequenos avanços




A COP-16 terminou apenas com definições genéricas para o corte de emissões de gases de efeito estufa, não ficando claro como, quanto e quando. Ficaram estabelecidos compromissos vagos e sem valor legal. Porém, alguns pequenos avanços foram registrados. Abaixo está o resumo das principais conquistas:

• Kioto continua, ainda sem novos compromissos. Novas decisões sobre Pós-Kioto somente em 2011 na África.
• Acordo assinado: pela primeira vez os países da ONU reconhecem que os mecanismos adotados até agora não foram suficientes para estabilizar o clima e assinam um acordo formal sobre o tema.
• Criação do Fundo Verde que havia sido delineado em Copenhague: US$ 30 bilhões nos 3 primeiros anos, totalizando US$ 100 bilhões até 2020, sendo inicialmente gerido pelo Banco Mundial. Este fundo, que será financiado pelos países ricos, servirá para alavancar projetos de mitigação e adaptação em países em desenvolvimento.
• Confirmado que o limite máximo de aumento de temperatura não deverá ultrapassar 2ºC, sendo que já tivemos um aumento de 0,7/0,8ºC desde a Revolução Industrial.
• Criaram-se regras para o REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).
• Transferência de tecnologias de baixo carbono e ajuda de especialistas para o países mais pobres.
• EUA, China e todos os maiores emissores de gases de efeito estufa serão inspecionados. O objetivo é assegurar que os cortes sejam feitos. Porém, ainda é um acordo sem regras específicas.
• Uma revisão científica dos progressos do combate ao aquecimento global será feita em 5 anos.

Fonte: Jornal O Globo - dezembro de 2010.

A seguir, dois artigos que esclarecem melhor estas questões:

A farsa de Cancún

Voltei da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Cancún, convencido de que seus resultados foram medíocres. Na conferência permaneceu o impasse entre os países desenvolvidos, que queriam o fim do Protocolo de Kyoto, já que muitos não o estão cumprindo, e o conjunto dos países em desenvolvimento, destacando-se China e Índia pelo crescimento do consumo de combustíveis, embora muito baixo per capita.

Para o meu espanto, de um dia para o outro a conferência apareceu como um evento exitoso, de acordo com declarações publicadas na mídia internacional e nacional. Resolvi então verificar se algo importante tinha escapado do meu conhecimento, mas ao ler as resoluções finais mantive a mesma opinião: nada há a comemorar.

O verniz aplicado para dar à conferência a aparência de sucesso na 25ª hora deve-se ao fato de ter sido bloqueada a definição do 2º período de compromisso do Protocolo de Kyoto. Isso era tudo o que queriam os países mais ricos incluídos no Anexo I da Convenção de Mudanças Climáticas, de acordo com o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, estabelecido na Rio 92.

Na reunião de Cancún, o Brasil e o Reino Unido foram incumbidos de fazer consultas aos representantes dos países sobre o novo período de compromisso do Protocolo de Kyoto. Ouvi por duas vezes da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que conduziu as consultas pessoalmente com apoio do Itamarati, uma avaliação com certo otimismo, embora alertando que o Japão ameaçava sair do Protocolo seguindo o mau exemplo dos Estados Unidos, que jamais o ratificou. O Canadá caminhava no mesmo sentido. Em entrevista, no fim do evento, a própria ministra deu uma nota medíocre à Conferência: 7,5.

Na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, poucas semanas antes de Cancún, o presidente Lula declarou que no encontro com chefes de Estado do mundo inteiro na Conferência do Clima de 2010, em Copenhague, os países ricos queriam tão somente acabar com o compromisso de Kyoto. A intervenção de Lula anunciando as metas voluntárias do Brasil e cobrando ações dos países desenvolvidos contribuiu para abortar o enterro de Kyoto em Copenhague.

No México foram aprovadas medidas pontuais como um Fundo Verde, o financiamento pelos países desenvolvidos para mitigação e adaptação e compensações pela redução de desmatamento. Embora se reitere o limite de 2º C no aumento da temperatura global até o fim do século, não se estabeleceu como isso pode ser obtido, pois nenhuma meta foi definida. Ficou para ser deliberado na conferência da África do Sul, em 2011.

O fracasso de Cancún transformado em êxito parece um fenômeno psicossocial em que todos se convencem de que algo ocorreu sem que isso retrate a realidade dos fatos. Me fez lembrar uma peça de Eugene Ionesco, na qual um rinoceronte aparece em uma cidadezinha e, sem lógica alguma, todos vão adquirindo as feições de rinoceronte. Foi assim que muitos voltaram do México, como os rinocerontes de Ionesco, repetindo que a conferência foi um êxito. (Artigo Luiz Pinguelli Rosa - O Globo, dezembro de 2010)

Luiz Pinguelli Rosa é diretor da Coppe/UFRJ e secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.

Sucesso do fracasso

Ficou a impressão de que Copenhague foi um grande fiasco e Cancún, um inesperado sucesso. A verdade é mais complexa. As negociações do clima desafiam simplificações. As duas COPs foram complementares. Cancún consagrou o que foi desenhado em Copenhague. Na Dinamarca e no México, o mundo caminhou, mas não o bastante para tirá-lo da beira do desastre climático.
Em Cancún, o acordo que surgiu foi a formalização de pontos que haviam sido duramente negociados em Copenhague: num novo acordo do clima, países como os Estados Unidos, China, Índia e Brasil terão metas; será formado até 2020 um Fundo Verde para o qual os países se comprometem a mobilizar recursos de US$ 100 bilhões ao ano; os países concordam com a meta de dois graus centígrados como limite de aumento da temperatura média da Terra.
Os registros de especialistas aqui e no exterior mostram que houve diferenças de métodos de negociação entre as duas Conferências das Partes da Convenção da ONU sobre Clima. No ano passado, houve papel demais. Uma verdadeira guerra de documentos dominou o debate da COP-15, a partir do vazamento de um texto que foi negociado pela Dinamarca com alguns países. Depois, apareceram outros textos: da China, da Europa, dos países-ilha, enfim, cada grupo que se sentia excluído resolveu fazer sua própria versão do que seria o documento final. Isso alimentou um ambiente de suspeitas e radicalização.
O México aprendeu com os erros da Dinamarca, e a presidente da COP-16, a chanceler Patricia Espinosa, escolheu um formato leve, informal, sem papéis. Isso, segundo especialistas, reconstruiu a confiança entre os países, que havia sido rompida em Copenhague, mas ao mesmo tempo deixou a COP no ar até o final. Não se sabia se não haveria nada — já que nada estava escrito — ou se haveria algum avanço. Nas últimas horas é que o documento final foi redigido e chegou-se a um bem sucedido conjunto de acordos.
No final, tumultuado e dramático de Copenhague, o que havia obtido apoio foi apresentado a um plenário esvaziado e conflagrado. Os chefes de Estado tinham saído de fininho. O presidente da Conferência, primeiro-ministro dinamarquês, Lars Rasmussen, não teve pulso para administrar o veto de grupos minoritários. No final, ele apenas “tomou nota” do texto final.
Esse texto, do qual apenas se tomou nota em Copenhague, orientou a busca de consensos da bem sucedida direção mexicana da crise. Houve uma cena inesquecível para quem viu, em Copenhague, no tenso último dia de negociação. O presidente do México, Felipe Calderón, se distanciou de tudo e ficou olhando, como se fosse um mero espectador, debruçado sozinho no balcão do mezanino do Bella Center. Embaixo, a imprensa se agitava. Nas salas do mezanino, os chefes de Estado se desentendiam. Ele, distante de tudo, apenas mirava. Hoje, parece que naquele momento ele estava aprendendo com os erros da Dinamarca.
Os analistas afirmam que Calderón e Espinosa foram transparentes, trabalharam para que todos os países se sentissem consultados, e evitaram a ideia de que um acerto feito entre os grandes seria imposto aos países menores. Houve também um avanço produzido na prática da direção firme de Espinosa. Nas COPs, as decisões são tomadas por consenso. Isso permite que pequenas minorias — ou, às vezes, um único encrenqueiro — impeça um acordo do agrado da vasta maioria. Quando a Bolívia ficou solitariamente contra o acordo de Cancún, Espinosa tomou nota da divergência, mas fechou o acordo. Desta forma, ela criou uma interpretação nova de consenso, bem mais sensato do que a unanimidade praticamente impossível de se conseguir.
O momento talvez mais difícil de Cancún foi quando o Japão ameaçou abandonar o Protocolo de Kioto. As negociações nas COPs andam em duas trilhas, conhecidas por siglas. Aliás, negociadores do clima adoram siglas. A trilha AWG-KP discute um novo período de compromisso dos signatários do Protocolo de Kioto, porque o atual vai até 2012. A trilha AWG-LCA negocia um novo acordo de longo prazo do clima. O problema em relação a Kioto é que ele só estabelece metas para quem faz parte dele, e isso deixa de fora grandes poluidores como Estados Unidos, China, Índia e Brasil. Ele é parcial, mas é o único que está em vigor; o outro é amplo, mas ainda é um esboço. E está parado em alguns pontos: o acordo terá força de lei ou não? A China aceita que suas metas sejam verificadas internacionalmente? Haverá um fundo para os países em desenvolvimento? Quem administra o fundo?
Cancún conseguiu contornar a rebeldia do Japão e manteve Kioto ainda sem novos compromissos. Confirmou-se o Fundo Verde para financiar ações de adaptação e mitigação em países em desenvolvimento. Ele será gerido temporariamente pelo Banco Mundial. O mundo confirmou que dois graus é o limite máximo tolerável de aumento da temperatura média da Terra. O mecanismo financeiro de compensação por desmatamento evitado — o REDD — ficou mais bem definido.
O mais importante de Copenhague, que poucos se deram conta, é que até Poznam, na COP-14, Estados Unidos, China, Brasil e Índia não aceitavam ter metas. Na COP-15, os quatro aceitaram. Copenhague ficou conhecida como fracasso, mas nela o mundo atravessou uma fronteira da qual não pode mais recuar. Foi o que Cancún mostrou.
Os cientistas quando olham o cenário se afligem. A soma de todos os compromissos não leva o mundo ainda a um terreno firme, longe dos cenários de tragédias ambientais mais severas e mais frequentes, que a ciência prevê e todos tememos. (Artigo Miriam Leitão - O Globo, dezembro de 2010).

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Começa hoje a 16ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP 16) em Cancún, no México


Pessimismo sobre Cancún
Por Kanya D’Almeida, da IPS

Nova York, Estados Unidos, 29/11/2010 – A 16ª Conferência das Partes (COP 16) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática começa hoje no balneário mexicano de Cancún em um ambiente de pessimismo. O encontro internacional acontece quase um ano depois da última conferência, em Copenhague, considerada um fracasso diplomático. Enquanto aumenta a preocupação mundial pela incapacidade dos governos para encontrar uma alternativa adequada ao Protocolo de Kyoto, único instrumento contra a mudança climática que expirará em 2012, o ceticismo ronda Cancún, sobretudo após o que aconteceu na Dinamarca.

Nigel Purvis, do Fundo German Marshall, dos Estados Unidos, fustigou o chamado Acordo de Copenhague, que não tem poder para obrigar os países a cumprirem suas eternas promessas de apoiar um Fundo Verde e de fazer doações às nações menos adiantadas. “As conversações mundiais sobre mudança climática estão parecendo uma telenovela ruim”, afirmou Nigel em um ensaio intitulado “Cancún e o fim da Diplomacia Climática”. Ele afirma que “parecem nunca acabar, raramente produzem mudanças e às vezes têm pouco a ver com a realidade. Por esta razão, a diplomacia climática como conhecemos perdeu relevância”.

No começo deste mês, o Grupo Assessor da Secretaria-Geral da Organização das Nações Unidas sobre Financiamento contra a Mudança Climática apresentou seu informe anual, indicando de forma inequívoca que um mínimo de US$ 100 bilhões deveriam ser mobilizados ao Sul em desenvolvimento para ações contra o aquecimento global. O primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, um dos coautores do informe, destacou que “não se trata apenas de dar dinheiro, mas de compartilhar a carga”, e reiterou que, sem acordos sólidos entre as partes, as ações contra a mudança climática ficarão paralisadas.

Por sua vez, em nome das nações africanas, o primeiro-ministro da Etiópia, Meles Zenawi, repreendeu os países ricos por evitarem acordos vinculantes, e acrescentou que a África não pode sustentar nem tolerar a carga da mudança climática, para a qual pouco contribuiu. “Este informe pode ser usado para conseguir um ambicioso acordo ou para um acordo mesquinho”, declarou a jornalistas em Nova York. “Inclusive, pode ficar abandonado no escritório de um burocrata. Mas nós, africanos, nos negamos a renunciar”, acrescentou.

Enquanto isso, no dia 11, a missão permanente das Ilhas Marshall na ONU realizou uma discussão informal sobre a particular ameaça aos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS). Seu chanceler, John Silk, afirmou que a condição particular dos SIDS deveria ser estudada não só por aqueles diretamente ameaçados, mas por todo o mundo, pois a possibilidade de seu desaparecimento pela elevação do nível do mar também teria consequências em outros países.

Na discussão esteve presente o diretor do Centro para o Direito sobre Mudança Climática, Michael Gerrard. Por iniciativa da missão das Ilhas Marshall na ONU, Michael e seus colegas da norte-americana Escola de Direito de Columbia organizam uma conferência para 2011 sobre as graves consequências legais que ocorreriam com o deslocamento de habitantes dos Estados insulares em razão do aumento do nível do mar.

“Os acordos internacionais existentes claramente não são adequados para mitigar a mudança climática no nível necessário, nem para enfrentar os desastres que causará”, disse Michael à IPS. “Se em Copenhague se tivesse chegado a um acordo, o mundo teria conseguido progressos substanciais na direção necessária”, acrescentou, destacando os perigos da fusão entre os imperativos políticos e os interesses corporativos.

“Os Estados Unidos, por exemplo, uma vez abriram suas fronteiras para os que fugiam da perseguição política e religiosa”, afirmou Michael à IPS. “Nos últimos anos, porém, foram muito menos receptivos à imigração. Um acordo internacional para reassentar os refugiados da mudança climática, no qual cada país emissor aceitaria fazer sua parte, poderia melhorar a situação, mas, mesmo assim, não há garantia de êxito. As leis norte-americanas estão ficando cada vez mais dóceis com as campanhas corporativas”, ressaltou.

Enquanto a Escola de Direito de Columbia deve se esforçar para conseguir apenas US$ 50 mil para realizar a conferência, milhões são gastos em campanhas financiadas por grandes empresas para negar a mudança climática. Segundo um informe divulgado no começo deste ano pelo Greenpeace International, a pouco conhecida empresa Koch Industries leva adiante uma grande publicidade para negar a base científica do aquecimento global. Segundo o trabalho, nada menos do que US$ 30 milhões são investidos nesta campanha a cada ano.

Em entrevista coletiva sobre a COP 16, na semana passada, Robert Orr, assistente da Secretaria Geral da Organização das Nações Unidas para Planejamento de Políticas em Cancún, criticou este tipo de campanha. “A ideia de que a mudança climática não está ocorrendo, ou que não é causada pelo comportamento humano, não tem base na ciência. E o secretário-geral adotou uma postura firme nesse sentido desde o começo”, alertou Robert. Envolverde/IPS


(IPS/Envolverde)

Dia Mundial sem Compras!

27 de novembro é dia Mundial Sem Compras

Data instituída no Canadá nos anos 1990 já é comemorada em mais de 60 países

sem_compras_ok_go3

da equipe Akatu

Você consegue se lembrar do último dia em que não comprou nada?...
E sabia que existe um dia mundial dedicado a isso, literalmente o “dia de não comprar nada”?

Sim, atualmente mais de 60 países comemoram o “Buy Nothing Day” ou, como é chamado nos países de língua portuguesa, Dia Mundial sem Compras, que, pelo mundo, é celebrado no último sábado de novembro; nos EUA e no Canadá, um dia depois do Dia de Ação de Graças.

Portanto, o próximo sábado, dia 27 de novembro é o Dia Mundial sem Compras. Assim como no Brasil, na maior parte do planeta, o sábado é um tradicional dia dedicado às compras, daí o desafio da comemoração. Aliás, mais que uma comemoração, é um dia de reflexão, assim como é o Dia Mundial sem Carro, comemorado em 22 de setembro.

“O modelo econômico, desde o pós-Guerra, tem sido baseado no aumento constante da produção de bens e serviços e na obsolescência programada de produtos, muitas vezes sem uma preocupação mais detida com o real bem-estar das pessoas”, alerta Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

“Mais que isso, trata-se de um modelo que ignora os limites ambientais e a justiça social, o que resultou em um mundo em que praticamente se vive para consumir, em vez de consumir para viver. Nesse processo, o consumo tornou-se um fim em si mesmo, deixando de ser o que realmente é: um instrumento de bem-estar”, completa Mattar.

E o resultado disso é um padrão de produção e consumo insustentável: concentrado e excessivo. Segundo o relatório “Estado do Mundo – 2010”, a humanidade já consome 30% a mais de recursos naturais que a Terra consegue repor; e apenas 16% da população mundial (pouco mais de 1 bilhão de pessoas) abocanham 78% desses recursos, restando apenas 22% dos recursos para 84% da população (os 5,8 bilhões de pessoas restantes).

Sustentabilidade implica em garantir acesso justo a bens e serviços a todos hoje e no futuro. Portanto o acesso deve ser estendido aos que estão de fora hoje, sem, no entanto, comprometer a vida das gerações futuras.

Daí a profunda reflexão sobre a necessidade de mudança no estilo de vida das pessoas. Se o padrão de consumo daquele 1 bilhão de pessoas que consomem fosse estendido a toda a população, seriam necessários cinco planetas.

O Dia Mundial sem Compras e o movimento mundial pelo Consumo Consciente não são contra o consumo. Consumir conscientemente não é não consumir, mas consumir menos e diferente.

Mas um dia só faz alguma diferença? Os ativistas britânicos do Buy Nothing Day explicam que a intenção não é mudar o estilo de vida do planeta num único dia. A ideia é despertar a consciência das pessoas para que percebam os impactos de seu consumo no meio ambiente.

“Todo consumo causa impacto – positivo ou negativo – na economia, nas relações sociais, na natureza e em cada indivíduo”, diz o presidente do Akatu.

“Ao ter essa consciência, o consumidor pode buscar aumentar os impactos positivos e diminuir os negativos de seu consumo na hora de decidir por que comprar e de escolher o que comprar, de quem comprar, como comprar e de definir a maneira de usar e, depois, descartar o que não serve mais”, explica Mattar.

O Dia Mundial sem Compras busca, portanto, contribuir para a construção de uma sociedade que promova um maior sentido de vida para as pessoas e o respeito aos recursos naturais e sociais.

A ideia do Dia Mundial sem Compras, ora atribuída ao artista Ted Dave, ora à ONG Adbusters Media, veio do Canadá, no início dos anos 1990, como uma forma de protesto contra o consumismo que assola a sociedade contemporânea.


Desde então, são realizadas manifestações em todo o mundo contra os males do consumo exagerado ao bolso e à saúde de quem consome, à sociedade e ao meio ambiente. Ativistas fazem “tours de zumbis” em shoppings e supermercados - caminhando pacificamente em grupos de pessoas fantasiadas e com olhar perdido pelos corredores –, destroem seus próprios cartões de crédito em praça pública, promovem feiras de trocas... Os mais dedicados, além de não fazer compra alguma, consomem o estritamente necessário de água, ainda evitam ligar aparelhos elétricos, fazer ligações telefônicas e usar carros.

Veja mais em:
-
http://www.buynothingday.co.uk
- http://www.adbusters.org/campaigns/bnd

(Akatu - novembro 2010)

domingo, 31 de outubro de 2010



10ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Biodiversidade (COP 10) em Nagoia, no Japão

De 18 a 29 de outubro ocorreu a COP 10, principal conferência dos últimos tempos referente a biodiversidade. Foram duas semanas de muitos impasses e discussão, onde foram estabelecidas algumas metas para 2020:

• Conservação: Pelo menos 17% das terras e 10% dos mares e áreas de costa devem estar sob proteção; deve-se prevenir a extinção ou diminuição dos números das espécies que se sabem ameaçadas e melhorar seu status de conservação; a diversidade genética entre as plantas cultivadas, animais domesticados e seus contrapartes selvagens deve ser mantida.

• Benefícios para todos: Salvaguardar e recuperar ecossistemas, tornando-os mais resistentes ao recuperar ao menos 15% de suas áreas degradadas de forma que possam reter carbono e conter processos de desertificação; assegurar acessos e benefícios justos pelo uso de recursos genéticos.

• Planejamento: Até 2015, todos os países devem adotar uma estratégia nacional para a biodiversidade e um plano de ação; devem promover maneiras de usar os conhecimentos populares indígenas e de comunidades locais relevantes para a proteção da biodiversidade, além de melhorar e aplicar ciências e tecnologias a ele associados; até 2020, o financiamento deve aumentar substancialmente para que estes objetivos sejam alcançados.

(Informações extraídas e resumidas do Jornal O Globo - 30/10/2010)

Um acordo pela biodiversidade do planeta


Representantes de 193 países reunidos no Japão alcançaram ontem um acordo para aumentar a proteção de áreas naturais e, assim, reduzir a perda de espécies no planeta, que viu nos últimos anos o ritmo de extinção de plantas e animais superar em até mil vezes a média histórica. Embora diversos pontos do agora intitulado Protocolo de Nagoia, referência à cidade japonesa que sediou a 10ª Conferência das Partes da Convenção de Biodiversidade da Organização das Nações Unidas, tenham ficado aquém das demandas dos países pobres e em desenvolvimento e grupos de defesa do meio ambiente, o acerto está sendo considerado histórico por alguns.
Isso porque, após quase duas décadas de discussão, o acordo garantiu pela primeira vez a implantação de mecanismos de compensação às nações e populações indígenas que contribuam com seus recursos genéticos e conhecimentos para o desenvolvimento de novos remédios, tratamentos cosméticos e alimentos por grandes empresas multinacionais, uma das principais exigências do grupo liderado pelo Brasil.
- O protocolo é uma verdadeira vitória - comemorou a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira.
- Não é o texto que nós mesmos escreveríamos, mas é um bom compromisso - acrescentou o diplomata Paulino Franco de Carvalho Neto, chefe da delegação brasileira e da Divisão de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
O documento só não foi assinado pelos enviados de três dos 193 países presentes: Estados Unidos, Andorra e Vaticano. Um dos maiores temores dos participantes era de que o encontro repetisse o fracasso da conferência sobre mudanças climáticas ocorrida no ano passado em Copenhague.
Proteção para 17% das terras e 10% dos mares
Pelos termos do acordo, os países signatários se comprometeram a, até 2020, colocar sob proteção 17% das terras e mananciais de água e 10% dos mares. Atualmente, 13% da superfície terrestre e menos de 1% das áreas marinhas estão sob algum tipo de proteção, que podem variar de parques nacionais, santuários e reservas a locais de exploração sustentável. Os grupos de defesa do meio ambiente, no entanto, queriam metas mais ambiciosas, de mais de 20% para a conservação de áreas em terra, e destacaram que o objetivo de proteger 10% dos oceanos já estava previsto para ser alcançado este ano.

Outro ponto que gerou polêmica e acabou ficando para ser decidido depois é relativo ao financiamento para que os países pobres e em desenvolvimento alcancem estas metas. O Brasil e nações aliadas queriam que os países ricos investissem US$ 200 bilhões anuais na conservação da biodiversidade, mas os mecanismos para levantar tal soma só serão acertados em novo encontro previsto para 2012, quando o Rio de Janeiro sediará a segunda Cúpula da Terra.- Em um determinado momento, parecia que tudo ia desmoronar, então o acordo é uma boa notícia -ponderou Nathalie Rey, conselheira do Greenpeace. - Mas gostaria de ter visto metas mais ambiciosas, especialmente com relação às áreas protegidas.
- As florestas e outros recursos biológicos que temos estão a serviço dos interesses gerais do meio ambiente global - argumentou Johansen Voker, da Agência de Proteção Ambiental da Libéria.

- Se vocês pensam que para resolver o problema da biodiversidade só recursos públicos serão suficientes, estão sonhando, pois os volumes são enormes - disse. - É preciso ter fundos privados também, e não só voluntários, mas obrigatórios. Se (as empresas) estão obtendo lucro com o uso da biodiversidade, é lógico e legítimo que parte desses lucros retornem à biodiversidade - defendeu.Embora a cifra pareça astronômica - principalmente diante do compromisso já tomado pelos países ricos de angariar US$ 100 bilhões para a luta contra as mudanças climáticas -, ela pode ser alcançada, garantiu Chantal Jouanno, ministra da Ecologia da França. Para isso, no entanto, será necessário contar com a ajuda da iniciativa privada, afirmou. (Jornal O Globo - 30/10/2010)

Walmart - produto terá nota de impacto ambiental


RIO - A partir de 2015, produtos à venda no Walmart Brasil trarão no rótulo uma espécie de nota de sustentabilidade. A ação faz parte de uma estratégia global da rede. O objetivo é informar o tamanho do impacto daquele item no meio ambiente. Para isso, a maior varejista do planeta está à frente de um consórcio, coordenado por uma universidade americana, que reúne acadêmicos, fornecedores, varejistas, entidades e autoridades para desenvolver uma base de dados mundial sobre o ciclo de vida de produtos - da matéria-prima até o descarte. Daí, as informações serão traduzidas em uma graduação simples capaz de mostrar ao consumidor quão verde determinado produto é.
- É um projeto que envolve mais de 30 grandes empresas, como Unilever e Procter&Gamble - citou Yuri Feres, gerente de Sustentabilidade da companhia, sem revelar números do investimento no projeto ou em ações de sustentabilidade.
No passado, rede enfrentou denúncias trabalhistas
Enquanto o índice não fica pronto, o Walmart apela para que os funcionários tenham uma atitude mais sustentável, com pequenas mudanças no âmbito pessoal, como desligar a luz após deixa um cômodo de casa. A rede dá, com isso, um passo para modernizar as relações de trabalho, segundo especialistas, já que, na década passada, a Walmart nos EUA enfrentou várias denúncias de trabalhadores por discriminação sexual e repressão à sindicalização.
Ainda que o varejo seja responsável por apenas 8% de todo o impacto ambiental da cadeia produtiva, o Walmart tem fechado parcerias com fornecedores - grandes ou pequenos - para modificar produtos. Segundo analistas, o novo posicionamento da companhia funciona como fonte de estímulo - ou de pressão - para que a indústria se adapte às novas diretrizes deixando um pouco a retórica ambientalista e partindo para a prática.
Em parceria com a indústria, o Walmart criou o sabão em pedra à base de óleo de cozinha dos próprios consumidores / Divulgação
- Ninguém quer deixar de ser fornecedor do Walmart. Some-se a isso o fato de que sustentabilidade está na pauta do dia. É claro que não existe uma postura radical da companhia, mas há uma sinalização de que, em algum momento, algumas práticas não serão mais aceitáveis - comentou Cláudio Goldberg, especialista em varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Essas parcerias se transformam em produtos que agridem menos o meio ambiente - exclusivos ou não do Walmart. Como a revisão da linha Pinho Sol, da Colgate, que passou a ter embalagem e rótulo à base de material reciclado e usar menos energia na fabricação. No caso do Óleo Liza, a produção reduziu consumo de água, energia, frete e de combustíveis fósseis por meio da troca de parte da matriz energética de petróleo para biomassa de origem controlada.
- Grandes marcas estão aderindo. Conseguimos ainda desenvolver um sabão em pedra com reutilização de óleo de cozinha coletados por clientes, funcionários e parceiros. Passamos a oferecer um produto mais sustentável e com preço 20% menor para o consumidor. Ser sustentável é ser viável economicamente - disse Feres, acrescentando que a companhia aposta na construção de lojas ecoeficientes, com consumo menor de energia (-30%) e água (-40%).
Há algumas semanas, o Walmart Brasil lançou um programa de rastreabilidade que permite aos clientes identificar a procedência de produtos adquiridos na rede. A carne de marca própria é o primeiro item rastreado. Em breve, hortigranjeiros farão parte do processo.
- A ideia é mostrar ao consumidor a origem do produto, que não pode, por exemplo, ser de um fornecedor que faça uso de trabalho escravo - disse o executivo. - Já chegamos a suspender um fornecedor que detinha 70% do mercado porque fazia uso de trabalho escravo.
A redução de impacto ambiental inclui ainda óleo de soja, água mineral, esponja e band-aid / Divulgação
O Walmart não está sozinho na cruzada verde. O Grupo Pão de Açúcar investiu, ano passado, cerca de R$ 60 milhões em iniciativas para a promoção do consumo consciente e da gestão sustentável, além de programas sociais e voltados para a qualidade de vida. Desde 2001, a companhia já arrecadou mais de 38 mil toneladas de materiais recicláveis. Em 2009 foram inauguradas 11 estações de reciclagem. No último ano, foram arrecadadas mais de 7 mil toneladas que foram doadas para cooperativas promovendo a inclusão social e a geração de renda. Em 2010 já são mais de 4 mil toneladas arrecadadas. Também foram coletados mais de 450 mil litros de óleo de cozinha que foram destinados para a produção de biocombustível.
Zona Sul terá em 2011 primeira loja verde
Já o Zona Sul promete para o segundo semestre de 2011 a inauguração na Barra de sua primeira loja verde. A unidade usará materiais certificados, como madeira controlada ou de demolição. O investimento será 30% maior que as unidades tradicionais, no entanto, estima-se uma redução de custos fixos em torno de 20% a 25%. De janeiro a agosto, houve redução média de 40% no volume de lixo gerado. (Jornal O Globo - 15/10/2010)

Europa ajudará Estado do Rio a adotar modelo de gestão e reciclagem do lixo

O Rio de Janeiro caminha para a adoção de um modelo de gestão de resíduos baseado na experiência bem sucedida de mais de 20 anos da Europa. É que durante 0 5º Seminário do ProEurope (Organização Europeia de Recuperação de Embalagens) ocorrido no início de outubro, autoridades europeias expuseram a dirigentes de órgãos ambientais fluminenses o interesse em ajudar o estado na implementação do projeto que engloba empresas de reciclagem de embalagens em 30 países da Europa, mais o Canadá. Graças ao sistema, em 2009 forma recolhidas e recicladas 32 milhões de embalagens, evitando a emissão de 25 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos as empresas precisarão se responsabilizar pelos seus resíduos. A nova legislação introduziu a logística reversa, que determina que empresas recolham embalagens usadas. Na Europa, isso já é feito desde 1994.

A criação da Sociedade Ponto Verde (SPV) de Portugal (entidade sem fins lucrativos), fundada há 14 anos, teve peso decisivo para mudar o panorama: a meta para 2011 é reciclar 55% de embalagens do mercado português, com metas específicas para cada tipo de material.

Enquanto o Rio estuda um modelo, o governo português vai implementar, ainda este ano, uma espécie de bolsa de valores de resíduos. A ideia é criar um mercado de compra e venda entre empresas de insumos que, teoricamente, iriam parar em aterros sanitários. O objetivo é dar visibilidade para que determinados resíduos possam virar matéria-prima, combater o comércio ilícito de resíduos, a evasão fiscal e, sobretudo, pela preocupação ambiental. (Texto adaptado do Jornal O Globo - out/2010)

BNDES vai financiar coleta seletiva no Rio

A Prefeitura do Rio acaba de lançar o programa "Coleta Seletiva com Inclusão Social", com a promessa de que, daqui a três anos, todo carioca poderá separar seu lixo para reciclagem. A iniciativa terá financiamento do BNDES, que fará no Rio o piloto do programa. Depois o governo federal implantará o projeto em outras cidades-sede de jogos da Copa do Mundo de 2014.
Hoje somente trechos de 42 bairros dos 160 existentes na cidade contam com coleta seletiva. Somente de 1 a 2% do lixo é aproveitado para reciclagem. Com o novo programa, 6 galpões serão construídos para abrigar catadores e receber material recolhido, sendo que o primeiro deles será no Centro. Quando toda a capacidade estiver instalada, a prefeitura espera aumentar em até 6% a coleta seletiva. Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, as cidades terão que universalizar a coleta em quatro anos, sujeita a sanções, caso a lei não seja cumprida. (Texto adaptado do Jornal O Globo - out/2010)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Hora de votar!

Está chegando a hora de exercer nossa cidadania. Saber quem escolher como nosso representante junto ao governo é algo muito importante! Votar em alguém cuja plataforma política seja ativa e transparente é primordial. Em suma, votar consciente, saber exatamente em quem você está votando, justamente pra poder acompanhar o trabalho do seu candidato e cobrar a realização de suas propostas.

Para ajudar essa escolha, existem sites muito interessantes que podem servir de apoio para a escolha do seu candidato. Dê uma checada nesses links que com certeza eles o ajudarão.



A História dos Cosméticos


Existem produtos de beleza que se adequam ao dia a dia das pessoas e funcionam como facilitadores. A escolha de um bom shampoo, por exemplo, influencia no humor e na auto-estima de uma mulher. Mas a maioria desses produtos está cheia de toxinas causadoras de problemas de saúde, como câncer, asma, dificuldade de aprendizado e disfunção da fértilidade masculina.
No vídeo A História dos Cosméticos (em inglês e sem legendas), Annie Leonard explica que o uso de substâncias tóxicas em produtos de uso contínuo está adoecendo toda a sociedade - sejam as pessoas que trabalham na fabricação desses produtos ou as que os usam.
Segundo o filme, uma mulher americana consome cerca de 12 produtos de beleza diariamente, o homem utiliza seis. Cada um desses produtos contém dezenas de substâncias prejudiciais a saúde e mais da metade dessas substâncias tem serventia desconhecida.
"É como um experimento gigante, usa-se toda essa quantidade de toxinas esperando que elas sirvam para algo, mas a única coisa que se sabe é que eles estão acumulando dentro da gente".
A escolha de produtos
Annie compara que a maioria dos consumidores escolhe um produto de acordo com tipos específicos para pele e cabelo, e não se preocupam com a qualidade da matéria prima utilizada para fazê-lo. Além disso, o governo não cria políticas que estimulem os estudos e a venda de produtos com certificados naturais.
Outro argumento da produtora é que até mesmo os rótulos influenciam na compra desses cosméticos. Alguns produtos levam o nome de orgânico, natural e herbal, mas contém petróleo, mercúrio e chumbo em sua essência. O uso de palavras associadas a um modelo de vida mais natural pode ludibriar o consumidor na hora da compra.
No vídeo, Annie explica que esse modelo de beleza mais industrial e artificial começou na década de 1950, quando as pessoas estavam mais preocupadas com a estética que com a saúde do corpo, e destaca: esse estilo de vida está obsoleto.
É hora de agir
Porém, o filme não é feito só de advertências, ele também traz soluções. No final do vídeo, Annie apresenta o SafeCosmetics.org, um site desenvolvido para que os cidadãos possam reunir esforços em prol de leis que apliquem medidas mais saudáveis para os produtos de beleza.
Ações como essas já foram tomadas em países da Europa e muitas companhias foram obrigadas a se adequar à nova política. Com essa mensagem, a produtora da série de A História das Coisas cria mais uma rede de discussões sobre a sustentabilidade da vida moderna. (Texto e vídeo retirado do site EcoDesenvolvimento.org)

domingo, 19 de setembro de 2010



  • Que a ONG Glaciares de Peru estão pintando de branco os picos das Cordilheiras dos Andes? A iniciativa é baseada no princípio de que, pintando uma superfície de branco , ela não absorverá tanto calor - e, assim, seria possível poupar aquela região dos efeitos do aquecimento global.

  • Que satélites descontrolados podem ser mais perigosos que mísseis, podendo, ao se chocarem, liberar mais energia que o impacto de um míssel?

  • Que uma maratona ciclística beneficente ocorrerá de Nova York a Washington entre os dias 26 a 30 de setembro para chamar a atenção para as mudanças climáticas?

  • Que Black Crowes, Allman Brothers, Tom Petty, Nine Inch Nails, ACDC e The Cure são algumas das bandas associadas à ONG americana Rock and Wrap it Up, que trabalha com reciclagem de alimentos? Sobras de alimentos deixadas pelo público em shows e alimentos não utilizados pelas bandas nos camarins são reparoveitados e encaminhados a entidades carentes.

  • Que a empresa americana Wheatware acaba de lançar uma linha de produtos musicais biodegradáveis, como baquetas e palhetas?

  • Que Sting fez uma versão da música "Message in a Bottle" especialmente para os festejos dos 30 anos do Rainforest Project do Príncipe Charles que defende a preservação das florestas tropicais?

  • Que o aventureiro inglês David de Rothschild vai atravessar o Pacífico num barco batizado de Plastiki - feito a partir de material reciclado (12 mil garrafas plásticas) e movido a energia solar e eólica? Seu objetivo é chamar a atenção para a quantidade de lixo despejada nos oceanos.

sábado, 18 de setembro de 2010

Adolescentes e jovens na mira do mercado


Procon-SP lança manual para orientar sobre armadilhas do consumo quem tem entre 15 e 30 anos

Eles podem não ter talão de cheque, cartão de crédito ou mesmo dinheiro na conta, mas não há marca, produto ou serviço que não queira incluí-los na sua lista de clientes. Cada dia mais precocemente, adolescentes e jovens são o alvo preferencial do mercado, que quer garantir desde cedo a fidelidade a seus produtos e serviços. Esse assédio pode ser visto na publicidade, no aumento das contas universitárias e na farta distribuição de cartões de lojas. Por conta disso, a Fundação Procon-SP lançou o "Manual do Jovem Consumidor", que tem a proposta de preparar os jovens para enfrentarem de forma mais crítica as armadilhas do consumismo.
- O jovem é cada vez mais importante para o mercado de consumo. A publicidade é endereçada a eles, que ainda estão formando hábitos de consumo. Por isso, decidimos fazer uma publicação específica para esse público, de 15 a 30 anos, usando a linguagem deles e também abordando assuntos do seu cotidiano, como tatuagens, compras online, saídas noturnas. Como a cartilha está disponível para download na internet (http://www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=914), esperamos que as informações circulem entre eles - diz Roberto Pfeiffer, diretor-executivo do Procon-SP.
Para Carla Barros, antropóloga especializada em consumo, a questão não é consumir, são os excessos:
- Quando o consumo passa a ser fator de inclusão ou exclusão social, isso preocupa. O problema é que esse grupo ainda não tem maturidade. É preciso estar consciente de que o consumo, como qualquer outra área da vida, tem limites. É irreal pensar que é possível ter tudo. Também cabe aos pais estabelecer esses limites e dar exemplo.
Para Heloisa Torres de Mello, gerente do Instituto Akatu - Pelo Consumo Consciente, a questão é a inversão de valores:
- Hoje em dia as pessoas vivem para consumir e não consomem para viver. E o jovem está muito exposto. É preciso informá-lo mais para que possa decidir com a consciência do impacto do seu consumo. (Texto adaptado do Jornal O Globo, 2010)


• A Fundação Mapfre concederá 75 bolsas como apoio finaceiro a projetos nas áreas de Saúde, Segurança e Meio Ambiente e Seguros. O prazo de inscrição termina em 11 de outubro de 2010. Informações no site: http://www.mapfre.com/fundacion/es/becasypremios/pmma/becas/ayudas-investigacion-2010-bases-de-la-convocatoria.shtml

• A onda de filmes eco amigáveis não pára de crescer, mostrando que o verde é o tom da moda na indústria cinematográfica. Depois de "Uma verdade inconveniente", "A última hora", "Terra", "Home", "Age of supid", chega a vez do documentário "Earth Days" de Robert Stone. O filme conta a história do movimento ambiental, desde o primeiro Dia da Terra, realizado em abril de 1970. Seu slogan: "As sementes de uma revolução".

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Simplesmente lindos os dois vídeos abaixo! Prestem atenção!

Imagine

O que é aquilo?

A seguir, dois artigos importantes que analisam e retratam a questão do consumo como cerne dos problemas ambientais.