domingo, 21 de dezembro de 2014

O retorno

Estive ausente por uns meses, devido a várias tarefas e compromissos assumidos, tempo escasso, mas também por um problema que ocorreu no blog, ocasionado não entendi bem porque, que me impedia de trabalhar nele. Alguns amigos tentaram me ajudar (e sou também muito grata a eles!), e fui tentando mexer aqui e acolá para conseguir solucionar o problema. Em vão. Sem tempo e muito preocupada, com receio de perder quase 6 anos de trabalho, fui acudida por um grande amigo e irmão que me estendeu a mão em uma hora bastante aflitiva pra mim. Consultou um profissional da área que me indicou o que fazer. Fiz o que ele recomendou e meu blog voltou!

Fiquei imensamente feliz e agradecida pela ajuda inestimável do meu amigo, só que o blog ficou meio desconfigurado, porque tive que apagar algumas informações e precisei alterar o layout, uma das primeiras dicas que me deram.

Por estar sobrecarregada com outros afazeres, fui ajeitando "meu filho" aos poucos, recolocando as informações perdidas, acertando as configurações, e acabei decidindo mudar o layout dele. Há vezes em que é preciso destruir para renovar! Então, hoje "Seu consumo, seu futuro" renasce, de cara nova, e com algumas postagens que achei importante inserir.

A primeira delas (segundo a ordem de postagens), como não poderia deixar de ser, é sobre a COP 20, onde fiz uma seleção de reportagens sobre a conferência e sobre mudanças climáticas. Estamos fazendo muito pouco ainda, caminhando muito devagar... Não podemos perder mais tempo! É preciso sensibilizar, refletir e agir!

A segunda postagem fala sobre uma das épocas mais lindas do ano: o Natal. Não o Natal do consumo desenfreado, mas o Natal do amor, da paz, do renascimento e da espiritualidade. É tempo de pensar na caridade, na fraternidade e na solidariedade entre os homens e na sustentabilidade em relação à nossa casa, o nosso belo, azul e lindo planeta Terra.

Pensemos nisso, neste dia 25 de dezembro de 2014, mas também em todos os dias de 2015. É tempo de mudar! Direcionar nossos pensamentos para coisas positivas e alegres, suavizar nossas energias e vibrações, mudar nossas atitudes!

Que todas as dificuldades que estamos passando neste momento, vivenciando conflitos em vários cantos do planeta, muita violência, desigualdade e ainda muita fome, além de todos os problemas ambientais, sirvam de inspiração para a mudança e para a construção de um mundo melhor!

Sigamos em frente, sempre com muito amor no coração, muita força, muita paz, equilíbrio e sabedoria! Agradeço a toda a minha família e amigos e aos leitores do blog por me apoiarem sempre e me fazerem muito feliz!

Que 2015 seja um ano renovador e de muita luz inspiradora!


Jackie Gaia (dez/2014)

Natal, um outro significado, uma outra postura

Natal das Dádivas já está no ar


Vamos distribuir dádivas! Não vamos celebrar o consumo, mas celebrar dádivas para nossas crianças tão aviltadas no direito de serem crianças!

Por Nádia Rebouças, Diretora da Rebouças e Associados
Fonte: Rebrinc

Ele chegou outra vez. Colorido, cheio de memórias, gostos e cheiros de nossa infância. Mas, apesar de parecer igual, ele está cada vez mais diferente. Cada vez mais um surto consumista, trazendo com ele uma corrida contra o tempo. Mais uma! Os presentes ganharam em dimensão e valor e perderam em ternura e delicadeza. Tudo quase pronto, para ocupar o que nossos avós faziam com as mãos e com capricho. Os sabores cada vez mais padronizados, comprados, tornando o Natal tão mais igual em cada casa.
Eu quero! Preciso conseguir comprar! Trânsito, shoppings lotados, vitrines carregadas, preços elevados e tudo isso para quê mesmo?
O Natal como tempo de renascimento e reflexão – preparando ritualisticamente um novo ano do mundo, celebrando encontros, amizades, sonhos e saberes coletivos – foi ficando para trás. Como seria um Natal que, ao invés de darmos presentes materiais, pensássemos em distribuir dádivas? Que tal pensarmos o que deixamos de distribuir para filhos, amigos, colegas de trabalho durante todo o ano e fazer do Natal um momento de inspiração? Compartilhar desejos não confessados, falar de carinhos sentidos e não ditos, compartilhar tempo que não conseguimos distribuir para os que amamos? Seria possível concentrar nossa energia na delicadeza dos momentos e do nosso melhor fazer para uma distribuição concentrada no “varejo” do Natal?
Pensando num Natal diferente e nas suas possibilidades a Rebrinc – Rede Brasileira Sobre Criança e Consumo – decide ajudar no estímulo à busca do renascimento do Natal, especialmente para nossas crianças. Vamos doar atitudes e gestos? Vamos doar, o que temos muito, para aquelas crianças que pouco tem? Vamos aproveitar para fazer feiras de troca entre as crianças que fazem parte da nossa roda de amor? Vamos investir, todos juntos, no Natal da Dádivas? Um Natal com sentido e significado?
A Rebrinc aposta na criatividade das redes sociais para gerar o movimento do Natal das Dádivas.
Vamos começar a distribuição de nossas dádivas, mensagens para que você possa entrar nessa roda, multiplicando as nossas ou criando outras. Vamos distribuir dádivas! Não vamos celebrar o consumo, mas celebrar dádivas para nossas crianças tão aviltadas no direito de serem crianças. Vamos especialmente distribuir tempo de delicadeza e amor para nossos filhos, netos e amigos de nossos filhos. Fica aqui o Feliz Natal da Rebrinc para todos aqueles que sabem que precisamos ser efetivos em colocar em prática a prioridade: nossas crianças!

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Leo Paqonawta e Nádia Rebouças, da Rebrinc, trabalharam na campanha Natal das Dádivas 2014.
Fonte: Mundo Sustentável (dez/14)

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Ouçam o PODCAST do André Trigueiro sobre o Natal:
"Precisamos de uma Natal mais sustentável: consumo consciente deve ser aprofundado nesta época do ano"


Mais do mesmo...


O que é a Convenção do Clima? (O Eco, dez/14)
A nova economia climática de Michael Spence (REBIA, dez/14)
Por que 2014 pode ser o ano mais quente da história? (REBIA, dez/14)
Emissões de carbono no Brasil sobem pela 1ª vez em 10 anos (REBIA, dez/14)
• Relatório final do IPCC não deixa dúvidas: precisamos agir agora! (Envolverde, dez/14)
O papel da sociedade civil no acordo climático assinado por EUA e China (REBIA, dez/14)
Emissões devem ser reduzidas de 40 a 70% até 2050 para se evitar o pior, diz IPCC (EcoD, nov/14)
Última chance (Página 22, nov/14)
Caribe contra as mudanças climáticas a partir das bases sociais (Envolverde, nov/14)
• Por que os governos do G20 subsidiam a mudança climática? (Envolverde, nov/14)
• Países do G20 investem US$ 81 bi por ano em combustíveis fósseis (Mundo Sustentável, nov/14)
• Presidente do IPCC diz que "janela de oportunidade vai gradualmente desaparecer" (Mundo Sustentável, dez/14)



• China e EUA firmam acordo climático histórico (Envolverde, nov/14)
• "É o futuro da humanidade que está em jogo", alerta Al Gore (O Eco, nov/14)
• Educacão aprova inclusão de mudança climática e biodiversidade no ensino (Envolverde, nov/14)
• Uganda sem dinheiro para adaptar-se à mudança climática (Envolverde, nov/14)
• A bolha global de carbono (Eco 21, dez/14)
• Jovens são parte essencial na luta contra as mudanças climáticas (Envolverde, nov/14)
• Jovens ganham comitê em ministério para debater políticas públicas ambientais (EcoD, nov/14)
• Jovens brasileiros participam da COP 20 em Lima (Envolverde, nov/14)

Jovens brasileiros que participaram da COP 20
• Mudanças climáticas dificultam redução da pobreza, aponta relatório (EcoD, nov/14)
• O futuro do planeta e a irresponsabilidade dos governos (Envolverde, nov/14)
• Mudanças climáticas e educação (Akatu, nov/14)
• COP 20: um acordo tardio, mas melhor do que nada (O Eco, dez/14)
• Clima: na 31ª hora fica tudo para 2015 (Envolverde, dez/14)
• Lima: decepcionante, mas nada surpreendente (Mundo Sustentável, dez/14)

PODCAST André Trigueiro na CBN: "Um acordo que não levou a nada"

sábado, 26 de julho de 2014

As mais belas fotos de animais na natureza

















Veja mais aqui no link da REBIA



A água está virando arma de guerra (Mundo Sustentável, jul/14)
Instituto Akatu assina carta que pede transparência nas questões da água (Akatu, jul/14)
Até quando vale ressuscitar e esgotar volumes mortos em SP? (Mundo Sustentável, jul/14)
Água é mais valiosa que petróleo, diz especialista (Rebia, abr/14)
Pedindo água (Blog do Tasso Azevedo, mar/14)
Rio consumirá até 2030 cerca de 100% da vazão do Paraíba para o Guandu (Envolverde, mar/14)
Entenda o que é "Pegada Hídrica" e calcule o impacto que você tem causado no mundo (Ciclo Vivo, mar/14)


Onde a garrafa plástica vai parar? Confira em "A odisseia de uma garrafa"



Podcast André Trigueiro: situação dramática de São Paulo é divisor de águas na gestão de recursos hídricos



Ministério inclui 91 empregadores na Lista Suja do Trabalho Escravo (Akatu, jul/14) 
Samsung suspende compra de fornecedor devido a trabalho infantil (Ecodesenvolvimento, jul/14) 
Site sobre mobilidade em SP cobra promessas não cumpridas da Copa (Mundo Sustentável, jul/14)
Austrália abandona lei de combate a aquecimento global (Rebia, jul/14)
Governo norte-americano reconhece que abelhas estão morrendo a uma taxa alarmante (Carbono Brasil, jul/14)
É possível descarbonizar o planeta até 2050? (Envolverde, jul/14)
Tribo isolada do mundo é descoberta na Amazônia (Rebia, jul/14)
Organizações e empresas de sustentabilidade se unem para conseguir domínio ".eco" na internet (Akatu, jul/14)
Novos desafios para democratização da informação ambiental (Rebia, jul/14)
Grupo de trabalho da ONU propõe 17 novos objetivos para a Agenda Global de Desenvolvimento pós-2015 (ONUBR, jul/14)
Quando se põe preço na natureza (Rebia, jul/14)
Carne bovina tem pegada de carbono pior do que se pensava (Envolverde, jul/14)
Quanto de barbárie existe ainda dentro de nós? (Rebia, jul/14)
O ambientalismo radical do Papa Francisco (Mundo Sustentável, jul/14)
Informação, valores, atitude: tripé da cidadania (Rebia, jul/14)








TEDxLaçador: O mundo em tubos

Felipe dos Santos Machado tem apenas 21 anos, mas já viajou pelo mundo para relatar suas experiências. O que ele faz? O jovem é o idealizador de um projeto de madeira sustentável feita a partir da reciclagem de plástico e alumínio, encontrados nos tubos de pasta de dente. Saiba mais sobre esse projeto aqui e assistindo ao vídeo abaixo:


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ONU convida jovens entre 14 a 27 anos para encontro internacional de meio ambiente

Você tem entre 14 e 27 anos? Promove atividades voltadas ao meio ambiente? Acha que o trabalho em rede aumenta o impacto de seus esforços?
A rede da juventude e do meio ambiente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) – TUNZA – convida você a participar do Encontro Internacional de Jovens pelo Ambiente e Sustentabilidade na América Latina e no Caribe, que acontecerá de 10 a 13 de outubro em Manizales, na Colômbia.
Os organizadores do evento financiam a estadia e manutenção durante os dias do evento. O anúncio dos participantes selecionados ocorrerá na primeira semana do mês de agosto.
A data limite para o recebimento de inscrições é dia 5 de agosto de 2014.
Os jovens candidatos devem ser lideres em seu país em processos organizativos, educativos e de participação juvenil em matéria ambiental, bem como ter fluência em espanhol, entre outros requisitos.
Saiba mais sobre a Tunza: www.pnuma.org/tunza
Saiba como se registrar para participar do encontro em http://bit.ly/1oc9aXd
Fonte: ONUBR, jul/14

domingo, 22 de junho de 2014

Podcast André Trigueiro: Brasil anuncia que já tem cálculo da emissão de carbono da Copa

• Seis estádios da Copa do Mundo conquistam o certificado Leed (EcoD, jun/14)
• Mineirão é o 1º estádio na Copa com energia solar (Akatu, jun/14)
• Tatu símbolo da Copa ganha plano para conservação (Agência Brasil, jun/14)
• Rio faz campanha contra discriminação e preconceito durante a Copa (Agência Brasil, jun/14)
• Campanha durante a Copa estimula o consumo de produtos orgânicos (Agência Brasil, jun/14)
• O Brasil que não verá a Copa – histórias de brasileiros que não sabem o que é energia elétrica (Rebia, jun/14)
• Por que a torcida do Japão recolhe o próprio lixo nos estádios de futebol? (Mundo Sustentável, jun/14) 


FAO pede medidas urgentes diante das ameaças à pesca sustentável e à população de peixes (EcoD, jun/14)
• Obama afirma que mundo não pode utilizar todas as suas reservas de combustíveis fósseis (Carbono Brasil, jun/14)
Economia de baixo carbono pode ser fonte de lucro, dizem especialistas (Envolverde, jun/14) 
• Quando se põe preço na natureza (Rebia, jun/14)
Saneamento na pauta das soluções sustentáveis da ONU (Envolverde, jun/14)
• Brasil é o 1º país a entregar dados das emissões de desmatamento para a UNFCCC (Carbono Brasil, jun/14)
• BP: participação do carvão na matriz mundial é a maior desde 1970 (Mundo Sustentável, jun/14) 
• NASA prepara lançamento de satélite para monitorar CO2 (Carbono Brasil, jun/14)
• Tribo isolada do mundo é descoberta em Amazônia Brasileira (Rebia, jun/14)
• Governo dos EUA reconhece que abelhas estão morrendo a uma taxa alarmante (Akatu, jun/14)
• Crise da água em São Paulo: quanto falta para o desastre? (Mundo Sustentável, jun/14) 
• NASA: maio foi recorde de calor e 2014 pode ser o ano mais quente já registrado (Envolverde, jun/14)


• EUA quer criar o maior santuário da vida marinha do mundo (Carbono Brasil, jun/14)
• Na França, quem for de bicicleta para o trabalho, ganhará remuneração (EcoD, jun/14)
• Pesquisadores calculam os altos custos da degradação ambiental (Rebia, jun/14)
• Fundação Avina passa a integrar Observatório do Clima (Envolverde, jun/14)
• Nicholas Stern: "Modelos econômicos atuais subestimam riscos de mudanças climáticas"
• Automóveis emitiram menos poluentes na última década, aponta estudo (Envolverde, jun/14)
• Comissão de Constituição e Justiça aprova projeto que prevê uso de pneus usados em massa asfáltica (Rebia, jun/14)
• Índice de bem estar ganha ferramenta em português (Akatu, jun/14)

Além da Copa, em junho se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente


Dia mundial do meio ambiente: hora de repensar a agenda


Por Fábio Feldmann
Esta data foi escolhida em 1972 na primeira grande Conferencia das Nações Unidas, denominada o Homem e a Biosfera, realizada em Estocolmo. A idéia de se celebrar a data foi para chamar atenção para os problemas ambientais, no que pode se dizer que se alcançou grande sucesso. Nos últimos quarentas anos, nessa semana, no mundo inteiro se organizam debates, plantios de árvores, protestos. Enfim, a agenda ambiental assume destaque através de eventos e da cobertura da mídia.
É inegável que nas últimas décadas o tema ambiental foi apropriado pela sociedade e está colocado como um dos mais estratégicos para a Humanidade. Em 1992 se realizou a Conferência do Rio, na qual foi legitimada a idéia do Desenvolvimento Sustentável. Em 2002 e 2012, duas outras conferências ocorreram na África do Sul e no Brasil com resultados discutíveis em termos de compromissos mais efetivos a serem assumidos pela comunidade internacional.
É importante se assinalar que o conhecimento científico relacionado aos impactos que a Humanidade produz no planeta legitimou a idéia de que vivemos uma nova era geológica denominada Antropoceno. Em linguagem simples, a Humanidade teria adquirido uma força geológica em termos de alteração das condições do planeta. E não apenas no que tange à mudança do clima, perda de biodiversidade, diminuição da camada ozônio, entre outras. Mais recentemente, a comunidade científica constatou também um processo grave de acidificação dos oceanos, com enormes conseqüências na biodiversidade marinha.
No Brasil, avançamos muito na discussão da agenda ambiental. A começar pela Constituição Federal de 1988, que introduziu essa agenda no mundo jurídico e da política. Na esfera governamental, foi criado o Ministério do Meio Ambiente em 1992 e os estados e municípios também criaram instituições similares. O setor empresarial, por sua vez, no Brasil e no mundo, incorporou o tema da sustentabilidade com maior ou menor efetividade.
Chegamos a um ponto em que há necessidade de se repensar e reinventar a arquitetura institucional que trata dessas temáticas. Em 2012, infelizmente, a comunidade internacional perdeu a oportunidade de repensar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), criado em 1972 e que, desde então, vem exercendo um papel subsidiário na agenda mundial, em que pese o esforço de seus líderes como Achim Steiner e Klaus Toepfer. Está cada vez mais presente a necessidade de se trabalhar com enfoque holístico nas temáticas ambientais, bem como torná-las presentes nas políticas macroeconômicas.
No Brasil vivemos o mesmo desafio. O de repensar o que tem sido feito até aqui. E o de promover uma nova agenda na qual o chamado comando e controle seja complementado por um repertório de instrumentos econômicos. Reforma tributária ambiental, pagamento por serviços ambientais, eliminação de subsídios perversos.
Como tem dito a Ministra Izabella Teixeira, é necessário se pensar “em um futuro onde a escolha pela sustentabilidade esteja alicerçada em bases econômicas robustas”. Caso contrário, continuaremos dando murro em ponta de faca, assistindo a um processo irreversível de degradação ambiental.
Fonte: REBIA, jun/14

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Para que serve o Dia Mundial do Meio Ambiente?


Não são só investidores e ambientalistas que estão de fato preocupados com a temática da sustentabilidade e dão atenção ao tema.

Por Miguel Serediuk Milano, engenheiro florestal, com mestrado e doutorado em ciências florestais. Foi professor da Universidade Federal do Paraná, professor visitante da Colorado State University, diretor da Fundação O Boticário e do Grupo O Boticário, e diretor do Ibama. Hoje é consultor na temática da sustentabilidade e realizador do Fórum Sustentabilidade & Governança.

Passado o dia da Mata Atlântica (27 de maio), chegamos ao dia (05 de junho) e à semana do meio ambiente, que não têm servido para muita coisa no nosso país a não ser tornar público, de forma sempre oportuna, e também oportunista, reportagens e relatórios sobre o leite derramado. Lamentavelmente, sem muitas consequências. A falta d’água em São Paulo e os riscos de apagões devido aos baixos níveis dos reservatórios, além de algumas opções governamentais polêmicas nos campos de infraestrutura e desenvolvimento sócio-econômico parecem ser a tônica da vez. Mas este é daqueles anos que, como os bissextos que acontecem a cada quatro, teremos eleições gerais, e com sorte será possível influenciar programas de governo. Independentemente desta casualidade, como em termos práticos as empresas têm mais impacto sobre o meio-ambiente e a sustentabilidade que os governos, quer negativa como positivamente, escrevo também com um olho nelas.
Recebi de amigos mato-grossenses link para notícia sobre o “agro-paisagismo” cuiabano . A administração municipal da desordenada, mal cuidada, não ou mal saneada Cuiabá, através de projeto da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, dentre tantas outras questões urbanas relevantes e urgentes, resolveu usar o espaço urbano para apresentar publicamente sua “ode” política ao ruralismo patrimonialista. Aquele mesmo que comandou décadas de desmatamento do território estadual, muito dele irresponsável e ilegal, além de recentemente ter sido peça-chave no tabuleiro que levou às danosas alterações do código florestal brasileiro – tudo em prol do lucro fácil, imediato e para poucos além do injusto efeito colateral da permanente repartição do prejuízo ambiental com toda a sociedade. É como se ainda estivéssemos nas décadas de 50, 60 e mesmo 70 do século passado, quando arrasamos o Paraná, o Espírito Santo e o Sul da Bahia e voltamos as baterias para a Amazônia, situação que sugere que todo o conhecimento e aprendizado acumulado nas décadas recentes tenham sido simplesmente ignorados. Ou mesmo, como se nem existissem. Será esse o rumo do futuro?
Em “It’s simple. If we can’t change our economic system, our number’s up” (em tradução livre “É simples. Se não podemos mudar nosso sistema econômico, nosso número sobe”), publicado no jornal britânico The Guardian dia 27 de maio passado, o número a que se refere o autor, George Monbiot, está associado ao acúmulo de carbono na atmosfera, e o artigo trata dos problemas das mudanças climáticas associados ao nosso macro modelo econômico. Nele autor sugere que o colapso total será a salvação possível. Ainda, que se falharmos destruiremos a nós mesmos, o que dá na mesma, e paradoxalmente remete à ideia de que o colapso é a solução possível, afinal o crescimento contínuo é impossível num planeta limitado e já ultrapassamos todos os limites. Para Monbiot, o crescimento econômico é simplesmente um artefato e uma resultante do uso de combustíveis fósseis, não tendo sido o capitalismo, nem o comunismo, o responsável por tanto progresso e todas patologias dele decorrentes, como a concentração de riquezas sem precedentes, os conflitos e a destruição planetária da era moderna, mas sim o carvão, seguido pelo petróleo e depois pelo gás. Para ele, na meta-tendência da expansão movida a carbono, nossas ideologias são meras tramas secundárias, e seguiremos vasculhando os mais remotos cantos do planeta em busca de óleo e gás para sustentar uma proposição impossível. Catastrófico, mas matemática real!
Cerca de um quarto de século atrás, em resposta ao derramamento de óleo no acidente do superpetroleiro Exxon Valdez (2403/1984) no Alasca, um pequeno grupo de investidores fundou a ONG Ceres com o propósito de juntar capitalistas e ambientalistas para orientar uma nova forma de fazer negócios que levasse em conta tanto a saúde do planeta como a prosperidade da população no longo prazo, ou seja, com sustentabilidade! A missão: mobilizar investidores e negócios de ponta para construir uma economia global próspera e sustentável. Hoje, sem quaisquer exageros, essa organização influencia investimentos de trilhões de dólares, sendo que só um dos seus associados, o fundo de pensão americano CalPERS, maneja uma carteira superior a US$ 250 bilhões em investimentos. Entre suas diversas ações está uma influente conferêcia anual, tendo a deste ano ocorrida nos dias 13 e 14 de maio passado. Na lista de participantes, executivos dos maiores bancos do planeta, entre eles o próprio Banco Mundial, e das maiores e mais importantes fundações e fundos de pensão americanos, além das maiores e mais importantes universidades americanas (que contam com bilionários fundos de manutenção), bem como de grandes corporações transnacionais dos mais diferentes setores de atividades. Na agenda, além da fundamental boa governança corporativa, as principais tendências em sustentabilidade, entre elas: resiliência urbana frente às mudanças climáticas; esgotamento das fontes de água subterrânea e seus impactos sócio-econômicos; escala para soluções em energia limpa, destravando processos inovadores; avanços da sustentabilidade na agricultura via cadeias de suprimentos; e construção de um século 21 de corporações sustentáveis.
Mas não são só investidores e ambientalistas que estão de fato preocupados com a temática da sustentabilidade e dão atenção ao tema. A super-banca americana de advogados Baker & Mackenzie, com escritórios próprios ou de associados em mais de quatro dezenas de países, organiza sua própria conferência anual sobre direito ambiental internacional. A edição deste ano, em Chicago, será dias 12 e 13 de junho e na agenda, interessante e provocadora, há temas como: conflitos e colaboração com ONGs ambientais; respostas corporativas a acidentes ambientais de escala; efetiva aplicação da legislação internacional num mundo pós-acidente em águas profundas (leia-se BP); e novas tendências, como a proliferação de certificações baseadas em novos e mais rígidos padrões de verificação e os cada vez mais necessários relatórios corporativos de sustentabilidade, auditáveis. Em síntese, direito, transparência e governança caminhando juntos para a sustentabilidade.
Nesse contexto, não obstante algumas honrosas e conhecidas exceções, nossas empresas avançam pouco rumo à sustentabilidade, e em geral o fazem empurradas por demandas de mercado. Comandadas por executivos que enxergam pouco além dos resultados financeiros de curto prazo e dos seus próprios bônus anuais, elas limitam suas análises aos seus entornos imediatos sem considerar o legado que estão construindo. Muitos desses executivos miram Miami num futuro próximo para escapar do plantio que fazem aqui hoje. Céticos que são, não percebem que a capital latino-america dos Estados Unidos não passará ilesa pelas mudanças climáticas em curso que ajudam a acelerar.
Na pauta, portanto, a urgência de sistemas de governança que melhorem o desempenho das empresas em sustentabilidade e tragam a transparência necessária para a redução de risco aos investidores, contexto no qual as certificações com verificação de terceiras partes têm se mostrado efetivas e essenciais. Os grandes atores globais que operam negócios que impactam diretamente territórios e natureza, notadamente as megacorporações dependentes de commodities agrícolas e minerais, já impõem condições cada vez mais duras a seus fornecedores, tais como: redução ou neutralização de emissões; desmatamento zero; perda de biodiversidade zero; trabalho infantil, forçado ao análogo ao trabalho escravo zero! Tudo comprovado através de auditorias, onde se inserem as certificações, que por sua vez forçam a transparência voluntária da realidade das empresas. É a sociedade acessando, sem WikiLeaks, muitos aspectos da gestão das empresas numa tendência que parece não ter volta, pelo menos no curto prazo e ainda que simplesmente como mecanismo de autodefesa mercadológica.
O que se vê é que o processo civilizatório num planeta com países cada vez mais populosos, socialmente complexos, e economicamente integrados globalmente, vai se reinventando para suprir lacunas estruturais e conjunturais que os estados nacionais, os tratados internacionais e os organismos multilaterais não dão conta de cobrir. Está evidente que já não bastam leis e políticas públicas, sendo necessárias intervenções coletivas e individuais através de políticas e práticas privadas na esfera das empresas e das pessoas e suas famílias para que, em vez de catástrofes, tenhamos perspectivas de prosperidade econômica com estabilidade ambiental e equidade social. E para isso, como em tudo onde desejamos avanços, necessitamos de educação de qualidade, que tem de ser forjada mais em ciência e menos em ideologia.
                                                  Fonte: Mundo Sustentável, jun/14

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Podcast André Trigueiro: Apenas o Dia do Meio Ambiente não basta: atenção sobre a degradação e a devastação dos recursos naturais pelo mundo não deve ficar restrita a um dia por ano.


domingo, 18 de maio de 2014

Mais informações sobre o Smart Living Challenge, o concurso internacional de inovação e sustentabilidade promovido por instituições da Suécia




Suécia mira Brasil para desafio global de inovação

Concurso ‘Smart Living Challenge’ traz dois workshops ao país e convida brasileiros a apresentarem ideias para viver de forma mais sustentável

Brasília, maio de 2014 - A Embaixada da Suécia, o Swedish Institute e o Munktell Science Park convocam brasileiros a participarem do Smart Living Challenge, desafio mundial que tem por objetivo reunir as melhores ideias com potencial para tornar a vida nas cidades mais sustentável. As categorias da competição são Alimentação, Transporte e Moradia.

Esses três grandes temas foram escolhidos por carregarem consigo os principais desafios relacionados à vida contemporânea. No século XXI, pela primeira vez na História, a população nas cidades superou a do campo, tornando as questões da moradia e transporte estratégicas, principalmente nas grandes metrópoles. Na questão da alimentação, a produção global de alimentos requer grandes quantidades de energia, causando impacto na sua cadeia de produção e afetando o meio ambiente.

Com esse cenário em mente, as ideias para o Smart Living Challenge podem ser produtos, serviços ou soluções que facilitarão esses três âmbitos da vida das pessoas, as incentivando a viver de forma mais sustentável. Os interessados deverão submeter suas ideais em forma de vídeo no site www.smartlivingchallenge.com. O desafio é global e candidatos de todo o mundo podem participar.

Um júri formado por profissionais como arquitetos, empreendedores, designers, entre outros, julgarão os 15 melhores trabalhos submetidos no mundo. Os vencedores serão levados à Suécia em dezembro, durante a semana de entrega dos prêmios Nobel, e visitarão centros de inovação em Estocolmo, Gotenburgo, Malmö e Kiruna. Durante a viagem, se encontrarão com investidores que poderão bancar suas ideias e torná-las realidade.

Workshops

Convidados especiais terão ainda a oportunidade de assistir workshops de preparação ao desafio presencialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, nos dias 19 e 21 de maio, respectivamente. Em São Paulo, o tema será “Transporte” e a Embaixada Sueca conta com o apoio do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) e da USP, que sediará o evento. No Rio de Janeiro, o tema será “Alimentação” e tem apoio da UFRJ, onde será realizado o workshop. Os workshops contarão com profissionais que discutirão os temas propostos a fim de estimular a geração de ideias que serão submetidas pelos competidores.  Para Magnus Robach, Embaixador da Suécia no Brasil, o país é um parceiro estratégico na área de inovação e desenvolvimento sustentável, e os workshops ajudarão a criar contatos com talentos brasileiros na área.

“Com a participação dos brasileiros nos workshops e no Smart Living Challenge, esperamos ver ideias muito interessantes baseadas nas condições urbanas do país. A Suécia tem centenas de atores com experiência em áreas como energia, manejo de resíduos, saneamento e transporte, e, através do desafio, queremos conectar os ganhadores com atores que possam ajudar a realizar as suas ideais inovadoras. Por meio do desafio e de seu cenário inovador, esperamos também aumentar os conhecimentos de estudos e pesquisa na Suécia”, declara o Embaixador.


Maiores Informações
www.smartlivingchallenge.com