terça-feira, 20 de outubro de 2009

De olhos e ouvidos no clima!

Sensibilize-se! Mexa-se! Participe! Faltam menos de 2 meses para a 15ª Conferência das Partes em Copenhague onde um novo protocolo que substituirá o de Quioto será discutido e elaborado! Seu futuro está em suas mãos!

Campanha Tic Tac

Assista estes vídeos e acesse o site TicTac. Participe do abaixo-assinado!

A Campanha Global de Ações pelo Clima (GCCA, na sigla em inglês) é fruto de uma aliança inédita de organizações não-governamentais, sindicatos, grupos religiosos e pessoas que tem como objetivo mobilizar a sociedade civil e a opinião pública para que os governos se posicionem e estabeleçam metas ambiciosas e justas em prol de decisões concretas para combater as causas das mudanças climáticas e amenizar seus efeitos.
O objetivo da campanha é consolidar uma série de ações em diversos países, que culminarão em uma plataforma de orientações e reivindicações a ser apresentada durante a COP-15, realizada de 7 a 19 de dezembro de 2009, em Copenhague, Dinamarca. A campanha mundial GCCA está sendo implementada com prioridade em alguns países importantes para o êxito das negociações, ou seja, para que tais países tenham posições e compromissos mais efetivos e adequados para salvar o planeta da catástrofe climática. A lista desses países inclui Brasil, Japão, Canadá e Polônia (que preside o processo de preparação da COP antes de Copenhague).

domingo, 4 de outubro de 2009

Sementes de uma nova era


Artigo escrito por mim, publicado pela Rebia (Rede Brasileira de Informação Ambiental) no dia 28/10/09. (O link não existe mais, por isso estou disponibilizando o artigo na íntegra aqui.)


Sementes de uma nova era
1968 – este foi o ano marcado pelo não-conformismo e pela urgência em transformar o mundo. Jovens de todo o planeta levantaram-se contra todas as formas de conservadorismo e autoritarismo. Começaram a surgir os primeiros sinais de descontentamento com o sistema capitalista e o progresso ilimitado, que promovia a desigualdade entre os povos, aumentava a fome e a miséria, destruía a natureza. A juventude da época passa a perceber que deveria agir em busca de valores alternativos, de um maior equilíbrio com o meio ambiente e uma harmonia entre as dimensões espiritual e material, entre homens e mulheres, entre raças e etnias, entre razão e emoção. Vários movimentos políticos surgiram, eclodindo no protesto estudantil em Paris que se espalhou pelo mundo. Foi o ano da revolução promovido pelos jovens que abalaram a política, a cultura e o comportamento.
Quarenta e um anos se passaram e neste espaço de tempo podemos observar que muita coisa mudou e que fizemos várias conquistas através da mobilização da sociedade que conseguiu sensibilizar os governantes. Aos jovens de 1968 devemos muita coisa do que somos hoje: a melhoria na igualdade de direitos entre as mulheres, raças e etnias, uma maior liberdade de expressão e de escolhas políticas, o início do movimento ecológico tentando equilibrar o homem e a natureza. Já à juventude de 2009 cabe, com o devido incentivo, dar continuidade a esses avanços e tentar alcançar diferentes valores éticos onde uma nova utopia e um novo paradigma de governança possam ser alcançados. Justamente por isso, deve-se apostar no jovem como cidadão que atua politicamente no mundo, como agente transformador, com articulações que vão muito além dos espaços escolares, capazes de traçar seus próprios objetivos, metas e ações. No Brasil, há um crescente fortalecimento do movimento juvenil pelo meio ambiente, presente em todas as unidades federativas do país, organizadas em Coletivos Jovens de Meio Ambiente – os CJs, os quais engendram-se numa grande rede nacional que é o Rejuma (Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade). Em outras partes do planeta o movimento ambientalista ganha força com o surgimento de novas Organizações Não Governamentais (ONGs), com o fortalecimento das já existentes e pelo envolvimento cada vez mais atuante da sociedade civil, com a participação fundamental dos jovens.
Por outro lado, há uma parcela da juventude que ainda não acordou para a grande dimensão do problema ambiental. De fato, ao visualizar tanta desigualdade, violência, corrupção, deturpação de valores onde o “ter passa a valer mais que o “ser”, fica difícil ter esperança e vislumbrar uma perspectiva para o futuro. É justamente a ausência dela que estimula a falta de horizonte de uma extensa parte da humanidade, em especial dos jovens. Há um vazio de sonhos e causas que os incentive a se mobilizarem. Entretanto, o verdadeiro legado desta crise ambiental pode ser, na verdade, uma batalha global em torno de ideias novas que alimentem o sonho de se construir um mundo melhor.
Partindo deste princípio, cada um deve fazer sua própria revolução interna, em busca de uma evolução, não esquecendo que deve despontar de nós mesmos a grande virada de todo o sistema. Ainda há tempo de a crise ecológica não se transformar em uma tragédia, mas numa oportunidade de mudança.
Mais do que parte do problema, devemos nos dar conta de que podemos ser, principalmente, parte da solução através da construção de diálogos e ideias, de trocas de experiências entre povos, mostrando que todos somos interdependentes, diferentes, mas não desiguais. É preciso dar importância ao cultivo de valores relacionados à espiritualidade e à solidariedade. Importa criar espaços e oportunidades com a finalidade de elaborar processos de reflexão sobre o verdadeiro papel dos seres humanos, em essencial dos jovens, já que a crise ambiental especialmente os afetará na fase adulta. Esta crise é por si só um convite a uma visão mais ampla do mundo e das pessoas que estão inseridas nele. Ela deve servir como uma espécie de “lente” para a juventude, na proporção em que amplia concepções e questiona e propõe novos valores que procurem atingir o tripé da sustentabilidade, ou seja, a total integralidade entre as questões ambiental, social e econômica.
A juventude alimenta-se de causas e sonhos e amadurece muito através destas questões. Contudo, nunca, em época alguma da história da humanidade, os jovens tiveram uma legítima causa que abrangesse todas as outras para lutar. A defesa do planeta e da nossa própria espécie talvez seja a única capaz de incentivar a mobilização da juventude nessa época tão difícil em que estamos vivendo, com tantos conflitos e saturação de perspectivas individuais. Todos nós unidos e principalmente os jovens, com seus corações cheios de sonhos e ideais, somos capazes de desenvolver uma força interior muito grande e promover coisas extraordinárias, diante da necessidade do enfrentamento de graves questões existenciais. Há ainda a esperança de que toda esta crise faça brotar novas sementes, as de uma nova era, que não nos leve à extinção, mas sim, à um renascimento.

Por: Jaqueline Macedo Gomes (Publicado na Rebia em out/09)