quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Imagem área da floresta amazônica que possui a maior biodiversidade do planeta/Foto:lubasi
Logomarca do Ano Interncional das Florestas 2011
Aquecimento Global
COP 16 - Cancún - Pequenos avanços
A farsa de Cancún
Para o meu espanto, de um dia para o outro a conferência apareceu como um evento exitoso, de acordo com declarações publicadas na mídia internacional e nacional. Resolvi então verificar se algo importante tinha escapado do meu conhecimento, mas ao ler as resoluções finais mantive a mesma opinião: nada há a comemorar.
O verniz aplicado para dar à conferência a aparência de sucesso na 25ª hora deve-se ao fato de ter sido bloqueada a definição do 2º período de compromisso do Protocolo de Kyoto. Isso era tudo o que queriam os países mais ricos incluídos no Anexo I da Convenção de Mudanças Climáticas, de acordo com o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, estabelecido na Rio 92.
Na reunião de Cancún, o Brasil e o Reino Unido foram incumbidos de fazer consultas aos representantes dos países sobre o novo período de compromisso do Protocolo de Kyoto. Ouvi por duas vezes da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que conduziu as consultas pessoalmente com apoio do Itamarati, uma avaliação com certo otimismo, embora alertando que o Japão ameaçava sair do Protocolo seguindo o mau exemplo dos Estados Unidos, que jamais o ratificou. O Canadá caminhava no mesmo sentido. Em entrevista, no fim do evento, a própria ministra deu uma nota medíocre à Conferência: 7,5.
Na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, poucas semanas antes de Cancún, o presidente Lula declarou que no encontro com chefes de Estado do mundo inteiro na Conferência do Clima de 2010, em Copenhague, os países ricos queriam tão somente acabar com o compromisso de Kyoto. A intervenção de Lula anunciando as metas voluntárias do Brasil e cobrando ações dos países desenvolvidos contribuiu para abortar o enterro de Kyoto em Copenhague.
No México foram aprovadas medidas pontuais como um Fundo Verde, o financiamento pelos países desenvolvidos para mitigação e adaptação e compensações pela redução de desmatamento. Embora se reitere o limite de 2º C no aumento da temperatura global até o fim do século, não se estabeleceu como isso pode ser obtido, pois nenhuma meta foi definida. Ficou para ser deliberado na conferência da África do Sul, em 2011.
O fracasso de Cancún transformado em êxito parece um fenômeno psicossocial em que todos se convencem de que algo ocorreu sem que isso retrate a realidade dos fatos. Me fez lembrar uma peça de Eugene Ionesco, na qual um rinoceronte aparece em uma cidadezinha e, sem lógica alguma, todos vão adquirindo as feições de rinoceronte. Foi assim que muitos voltaram do México, como os rinocerontes de Ionesco, repetindo que a conferência foi um êxito. (Artigo Luiz Pinguelli Rosa - O Globo, dezembro de 2010)
Luiz Pinguelli Rosa é diretor da Coppe/UFRJ e secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.
Sucesso do fracasso
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Começa hoje a 16ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP 16) em Cancún, no México
Nova York, Estados Unidos, 29/11/2010 – A 16ª Conferência das Partes (COP 16) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática começa hoje no balneário mexicano de Cancún em um ambiente de pessimismo. O encontro internacional acontece quase um ano depois da última conferência, em Copenhague, considerada um fracasso diplomático. Enquanto aumenta a preocupação mundial pela incapacidade dos governos para encontrar uma alternativa adequada ao Protocolo de Kyoto, único instrumento contra a mudança climática que expirará em 2012, o ceticismo ronda Cancún, sobretudo após o que aconteceu na Dinamarca. Nigel Purvis, do Fundo German Marshall, dos Estados Unidos, fustigou o chamado Acordo de Copenhague, que não tem poder para obrigar os países a cumprirem suas eternas promessas de apoiar um Fundo Verde e de fazer doações às nações menos adiantadas. “As conversações mundiais sobre mudança climática estão parecendo uma telenovela ruim”, afirmou Nigel em um ensaio intitulado “Cancún e o fim da Diplomacia Climática”. Ele afirma que “parecem nunca acabar, raramente produzem mudanças e às vezes têm pouco a ver com a realidade. Por esta razão, a diplomacia climática como conhecemos perdeu relevância”. No começo deste mês, o Grupo Assessor da Secretaria-Geral da Organização das Nações Unidas sobre Financiamento contra a Mudança Climática apresentou seu informe anual, indicando de forma inequívoca que um mínimo de US$ 100 bilhões deveriam ser mobilizados ao Sul em desenvolvimento para ações contra o aquecimento global. O primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, um dos coautores do informe, destacou que “não se trata apenas de dar dinheiro, mas de compartilhar a carga”, e reiterou que, sem acordos sólidos entre as partes, as ações contra a mudança climática ficarão paralisadas. Por sua vez, em nome das nações africanas, o primeiro-ministro da Etiópia, Meles Zenawi, repreendeu os países ricos por evitarem acordos vinculantes, e acrescentou que a África não pode sustentar nem tolerar a carga da mudança climática, para a qual pouco contribuiu. “Este informe pode ser usado para conseguir um ambicioso acordo ou para um acordo mesquinho”, declarou a jornalistas em Nova York. “Inclusive, pode ficar abandonado no escritório de um burocrata. Mas nós, africanos, nos negamos a renunciar”, acrescentou. Enquanto isso, no dia 11, a missão permanente das Ilhas Marshall na ONU realizou uma discussão informal sobre a particular ameaça aos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS). Seu chanceler, John Silk, afirmou que a condição particular dos SIDS deveria ser estudada não só por aqueles diretamente ameaçados, mas por todo o mundo, pois a possibilidade de seu desaparecimento pela elevação do nível do mar também teria consequências em outros países. Na discussão esteve presente o diretor do Centro para o Direito sobre Mudança Climática, Michael Gerrard. Por iniciativa da missão das Ilhas Marshall na ONU, Michael e seus colegas da norte-americana Escola de Direito de Columbia organizam uma conferência para 2011 sobre as graves consequências legais que ocorreriam com o deslocamento de habitantes dos Estados insulares em razão do aumento do nível do mar. “Os acordos internacionais existentes claramente não são adequados para mitigar a mudança climática no nível necessário, nem para enfrentar os desastres que causará”, disse Michael à IPS. “Se em Copenhague se tivesse chegado a um acordo, o mundo teria conseguido progressos substanciais na direção necessária”, acrescentou, destacando os perigos da fusão entre os imperativos políticos e os interesses corporativos. “Os Estados Unidos, por exemplo, uma vez abriram suas fronteiras para os que fugiam da perseguição política e religiosa”, afirmou Michael à IPS. “Nos últimos anos, porém, foram muito menos receptivos à imigração. Um acordo internacional para reassentar os refugiados da mudança climática, no qual cada país emissor aceitaria fazer sua parte, poderia melhorar a situação, mas, mesmo assim, não há garantia de êxito. As leis norte-americanas estão ficando cada vez mais dóceis com as campanhas corporativas”, ressaltou. Enquanto a Escola de Direito de Columbia deve se esforçar para conseguir apenas US$ 50 mil para realizar a conferência, milhões são gastos em campanhas financiadas por grandes empresas para negar a mudança climática. Segundo um informe divulgado no começo deste ano pelo Greenpeace International, a pouco conhecida empresa Koch Industries leva adiante uma grande publicidade para negar a base científica do aquecimento global. Segundo o trabalho, nada menos do que US$ 30 milhões são investidos nesta campanha a cada ano. Em entrevista coletiva sobre a COP 16, na semana passada, Robert Orr, assistente da Secretaria Geral da Organização das Nações Unidas para Planejamento de Políticas em Cancún, criticou este tipo de campanha. “A ideia de que a mudança climática não está ocorrendo, ou que não é causada pelo comportamento humano, não tem base na ciência. E o secretário-geral adotou uma postura firme nesse sentido desde o começo”, alertou Robert. Envolverde/IPS (IPS/Envolverde) | |
Dia Mundial sem Compras!
27 de novembro é dia Mundial Sem Compras
Data instituída no Canadá nos anos 1990 já é comemorada em mais de 60 países
da equipe Akatu
Você consegue se lembrar do último dia em que não comprou nada?...
E sabia que existe um dia mundial dedicado a isso, literalmente o “dia de não comprar nada”?
Sim, atualmente mais de 60 países comemoram o “Buy Nothing Day” ou, como é chamado nos países de língua portuguesa, Dia Mundial sem Compras, que, pelo mundo, é celebrado no último sábado de novembro; nos EUA e no Canadá, um dia depois do Dia de Ação de Graças.
Portanto, o próximo sábado, dia 27 de novembro é o Dia Mundial sem Compras. Assim como no Brasil, na maior parte do planeta, o sábado é um tradicional dia dedicado às compras, daí o desafio da comemoração. Aliás, mais que uma comemoração, é um dia de reflexão, assim como é o Dia Mundial sem Carro, comemorado em 22 de setembro.
“O modelo econômico, desde o pós-Guerra, tem sido baseado no aumento constante da produção de bens e serviços e na obsolescência programada de produtos, muitas vezes sem uma preocupação mais detida com o real bem-estar das pessoas”, alerta Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
“Mais que isso, trata-se de um modelo que ignora os limites ambientais e a justiça social, o que resultou em um mundo em que praticamente se vive para consumir, em vez de consumir para viver. Nesse processo, o consumo tornou-se um fim em si mesmo, deixando de ser o que realmente é: um instrumento de bem-estar”, completa Mattar.
E o resultado disso é um padrão de produção e consumo insustentável: concentrado e excessivo. Segundo o relatório “Estado do Mundo – 2010”, a humanidade já consome 30% a mais de recursos naturais que a Terra consegue repor; e apenas 16% da população mundial (pouco mais de 1 bilhão de pessoas) abocanham 78% desses recursos, restando apenas 22% dos recursos para 84% da população (os 5,8 bilhões de pessoas restantes).
Sustentabilidade implica em garantir acesso justo a bens e serviços a todos hoje e no futuro. Portanto o acesso deve ser estendido aos que estão de fora hoje, sem, no entanto, comprometer a vida das gerações futuras.
Daí a profunda reflexão sobre a necessidade de mudança no estilo de vida das pessoas. Se o padrão de consumo daquele 1 bilhão de pessoas que consomem fosse estendido a toda a população, seriam necessários cinco planetas.
O Dia Mundial sem Compras e o movimento mundial pelo Consumo Consciente não são contra o consumo. Consumir conscientemente não é não consumir, mas consumir menos e diferente.
Mas um dia só faz alguma diferença? Os ativistas britânicos do Buy Nothing Day explicam que a intenção não é mudar o estilo de vida do planeta num único dia. A ideia é despertar a consciência das pessoas para que percebam os impactos de seu consumo no meio ambiente.
“Todo consumo causa impacto – positivo ou negativo – na economia, nas relações sociais, na natureza e em cada indivíduo”, diz o presidente do Akatu.
“Ao ter essa consciência, o consumidor pode buscar aumentar os impactos positivos e diminuir os negativos de seu consumo na hora de decidir por que comprar e de escolher o que comprar, de quem comprar, como comprar e de definir a maneira de usar e, depois, descartar o que não serve mais”, explica Mattar.
O Dia Mundial sem Compras busca, portanto, contribuir para a construção de uma sociedade que promova um maior sentido de vida para as pessoas e o respeito aos recursos naturais e sociais.
A ideia do Dia Mundial sem Compras, ora atribuída ao artista Ted Dave, ora à ONG Adbusters Media, veio do Canadá, no início dos anos 1990, como uma forma de protesto contra o consumismo que assola a sociedade contemporânea.
Desde então, são realizadas manifestações em todo o mundo contra os males do consumo exagerado ao bolso e à saúde de quem consome, à sociedade e ao meio ambiente. Ativistas fazem “tours de zumbis” em shoppings e supermercados - caminhando pacificamente em grupos de pessoas fantasiadas e com olhar perdido pelos corredores –, destroem seus próprios cartões de crédito em praça pública, promovem feiras de trocas... Os mais dedicados, além de não fazer compra alguma, consomem o estritamente necessário de água, ainda evitam ligar aparelhos elétricos, fazer ligações telefônicas e usar carros.
Veja mais em:
- http://www.buynothingday.co.uk
- http://www.adbusters.org/campaigns/bnd
(Akatu - novembro 2010)
domingo, 31 de outubro de 2010
10ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Biodiversidade (COP 10) em Nagoia, no Japão
Um acordo pela biodiversidade do planeta
Outro ponto que gerou polêmica e acabou ficando para ser decidido depois é relativo ao financiamento para que os países pobres e em desenvolvimento alcancem estas metas. O Brasil e nações aliadas queriam que os países ricos investissem US$ 200 bilhões anuais na conservação da biodiversidade, mas os mecanismos para levantar tal soma só serão acertados em novo encontro previsto para 2012, quando o Rio de Janeiro sediará a segunda Cúpula da Terra.- Em um determinado momento, parecia que tudo ia desmoronar, então o acordo é uma boa notícia -ponderou Nathalie Rey, conselheira do Greenpeace. - Mas gostaria de ter visto metas mais ambiciosas, especialmente com relação às áreas protegidas.
- Se vocês pensam que para resolver o problema da biodiversidade só recursos públicos serão suficientes, estão sonhando, pois os volumes são enormes - disse. - É preciso ter fundos privados também, e não só voluntários, mas obrigatórios. Se (as empresas) estão obtendo lucro com o uso da biodiversidade, é lógico e legítimo que parte desses lucros retornem à biodiversidade - defendeu.Embora a cifra pareça astronômica - principalmente diante do compromisso já tomado pelos países ricos de angariar US$ 100 bilhões para a luta contra as mudanças climáticas -, ela pode ser alcançada, garantiu Chantal Jouanno, ministra da Ecologia da França. Para isso, no entanto, será necessário contar com a ajuda da iniciativa privada, afirmou. (Jornal O Globo - 30/10/2010)
Walmart - produto terá nota de impacto ambiental
Europa ajudará Estado do Rio a adotar modelo de gestão e reciclagem do lixo
BNDES vai financiar coleta seletiva no Rio
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Hora de votar!
A História dos Cosméticos
Existem produtos de beleza que se adequam ao dia a dia das pessoas e funcionam como facilitadores. A escolha de um bom shampoo, por exemplo, influencia no humor e na auto-estima de uma mulher. Mas a maioria desses produtos está cheia de toxinas causadoras de problemas de saúde, como câncer, asma, dificuldade de aprendizado e disfunção da fértilidade masculina.
No vídeo A História dos Cosméticos (em inglês e sem legendas), Annie Leonard explica que o uso de substâncias tóxicas em produtos de uso contínuo está adoecendo toda a sociedade - sejam as pessoas que trabalham na fabricação desses produtos ou as que os usam.
Segundo o filme, uma mulher americana consome cerca de 12 produtos de beleza diariamente, o homem utiliza seis. Cada um desses produtos contém dezenas de substâncias prejudiciais a saúde e mais da metade dessas substâncias tem serventia desconhecida.
"É como um experimento gigante, usa-se toda essa quantidade de toxinas esperando que elas sirvam para algo, mas a única coisa que se sabe é que eles estão acumulando dentro da gente".
A escolha de produtos
Annie compara que a maioria dos consumidores escolhe um produto de acordo com tipos específicos para pele e cabelo, e não se preocupam com a qualidade da matéria prima utilizada para fazê-lo. Além disso, o governo não cria políticas que estimulem os estudos e a venda de produtos com certificados naturais.
Outro argumento da produtora é que até mesmo os rótulos influenciam na compra desses cosméticos. Alguns produtos levam o nome de orgânico, natural e herbal, mas contém petróleo, mercúrio e chumbo em sua essência. O uso de palavras associadas a um modelo de vida mais natural pode ludibriar o consumidor na hora da compra.
No vídeo, Annie explica que esse modelo de beleza mais industrial e artificial começou na década de 1950, quando as pessoas estavam mais preocupadas com a estética que com a saúde do corpo, e destaca: esse estilo de vida está obsoleto.
É hora de agir
Porém, o filme não é feito só de advertências, ele também traz soluções. No final do vídeo, Annie apresenta o SafeCosmetics.org, um site desenvolvido para que os cidadãos possam reunir esforços em prol de leis que apliquem medidas mais saudáveis para os produtos de beleza.
Ações como essas já foram tomadas em países da Europa e muitas companhias foram obrigadas a se adequar à nova política. Com essa mensagem, a produtora da série de A História das Coisas cria mais uma rede de discussões sobre a sustentabilidade da vida moderna. (Texto e vídeo retirado do site EcoDesenvolvimento.org)
domingo, 19 de setembro de 2010
- Que a ONG Glaciares de Peru estão pintando de branco os picos das Cordilheiras dos Andes? A iniciativa é baseada no princípio de que, pintando uma superfície de branco , ela não absorverá tanto calor - e, assim, seria possível poupar aquela região dos efeitos do aquecimento global.
- Que satélites descontrolados podem ser mais perigosos que mísseis, podendo, ao se chocarem, liberar mais energia que o impacto de um míssel?
- Que uma maratona ciclística beneficente ocorrerá de Nova York a Washington entre os dias 26 a 30 de setembro para chamar a atenção para as mudanças climáticas?
- Que Black Crowes, Allman Brothers, Tom Petty, Nine Inch Nails, ACDC e The Cure são algumas das bandas associadas à ONG americana Rock and Wrap it Up, que trabalha com reciclagem de alimentos? Sobras de alimentos deixadas pelo público em shows e alimentos não utilizados pelas bandas nos camarins são reparoveitados e encaminhados a entidades carentes.
- Que a empresa americana Wheatware acaba de lançar uma linha de produtos musicais biodegradáveis, como baquetas e palhetas?
- Que Sting fez uma versão da música "Message in a Bottle" especialmente para os festejos dos 30 anos do Rainforest Project do Príncipe Charles que defende a preservação das florestas tropicais?
- Que o aventureiro inglês David de Rothschild vai atravessar o Pacífico num barco batizado de Plastiki - feito a partir de material reciclado (12 mil garrafas plásticas) e movido a energia solar e eólica? Seu objetivo é chamar a atenção para a quantidade de lixo despejada nos oceanos.
sábado, 18 de setembro de 2010
Adolescentes e jovens na mira do mercado
Eles podem não ter talão de cheque, cartão de crédito ou mesmo dinheiro na conta, mas não há marca, produto ou serviço que não queira incluí-los na sua lista de clientes. Cada dia mais precocemente, adolescentes e jovens são o alvo preferencial do mercado, que quer garantir desde cedo a fidelidade a seus produtos e serviços. Esse assédio pode ser visto na publicidade, no aumento das contas universitárias e na farta distribuição de cartões de lojas. Por conta disso, a Fundação Procon-SP lançou o "Manual do Jovem Consumidor", que tem a proposta de preparar os jovens para enfrentarem de forma mais crítica as armadilhas do consumismo.
- O jovem é cada vez mais importante para o mercado de consumo. A publicidade é endereçada a eles, que ainda estão formando hábitos de consumo. Por isso, decidimos fazer uma publicação específica para esse público, de 15 a 30 anos, usando a linguagem deles e também abordando assuntos do seu cotidiano, como tatuagens, compras online, saídas noturnas. Como a cartilha está disponível para download na internet (http://www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=914), esperamos que as informações circulem entre eles - diz Roberto Pfeiffer, diretor-executivo do Procon-SP.
Para Carla Barros, antropóloga especializada em consumo, a questão não é consumir, são os excessos:
- Quando o consumo passa a ser fator de inclusão ou exclusão social, isso preocupa. O problema é que esse grupo ainda não tem maturidade. É preciso estar consciente de que o consumo, como qualquer outra área da vida, tem limites. É irreal pensar que é possível ter tudo. Também cabe aos pais estabelecer esses limites e dar exemplo.
Para Heloisa Torres de Mello, gerente do Instituto Akatu - Pelo Consumo Consciente, a questão é a inversão de valores:
- Hoje em dia as pessoas vivem para consumir e não consomem para viver. E o jovem está muito exposto. É preciso informá-lo mais para que possa decidir com a consciência do impacto do seu consumo. (Texto adaptado do Jornal O Globo, 2010)