domingo, 11 de janeiro de 2009

Terra vale menos do que as bolsas

Salvar a Terra é mais barato do que salvar as bolsas. Em menos de um mês o derretimento do sistema financeiro internacional custou mais de US$ 2 trilhões - só o pacote de líderes europeus para os bancos é coisa de US$ 1,36 trilhão. Nos EUA se fala em algo em torno de US$ 3 trilhões. Isso é muito mais do que o Relatório Stern estimou que seria necessário para salvar o planeta do aquecimento global até o fim do século, caso os governos se mexessem agora - o que, claro, não aconteceu. Preparado pelo ex-economista chefe do Banco Mundial Nicholas Stern, em 2006, o relatório estimou que consertar o clima custaria de 1 a 3% do PIB mundial (1% equivale, a grosso modo, cerca de US$ 650 bilhões). Não fazer nada custará 20% do PIB planetário. E os governos dão sinais de que não farão mesmo nada de significativo. Porém, as bolsas não são as únicas a derreter. O gelo dos pólos vai literalmente por água abaixo e, com ele, o sistema climático. O sinal mais recente já apareceu: o navio alemão Polarstern tornou-se o primeiro barco de pesquisa a circunavegar o Pólo Norte e a atravessar num mesmo verão (no Hemisfério Norte) as passagens Nordeste e Noroeste. Em 2013, não haverá mais gelo no verão do Ártico. E se a bolsa de Nova York não quebrava há 80 anos, o Ártico também não derretia dessa forma há 3 milhões de anos. (texto adaptado do JORNAL O GLOBO, Rio de Janeiro, 2008)

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