sábado, 18 de setembro de 2010

Adolescentes e jovens na mira do mercado


Procon-SP lança manual para orientar sobre armadilhas do consumo quem tem entre 15 e 30 anos

Eles podem não ter talão de cheque, cartão de crédito ou mesmo dinheiro na conta, mas não há marca, produto ou serviço que não queira incluí-los na sua lista de clientes. Cada dia mais precocemente, adolescentes e jovens são o alvo preferencial do mercado, que quer garantir desde cedo a fidelidade a seus produtos e serviços. Esse assédio pode ser visto na publicidade, no aumento das contas universitárias e na farta distribuição de cartões de lojas. Por conta disso, a Fundação Procon-SP lançou o "Manual do Jovem Consumidor", que tem a proposta de preparar os jovens para enfrentarem de forma mais crítica as armadilhas do consumismo.
- O jovem é cada vez mais importante para o mercado de consumo. A publicidade é endereçada a eles, que ainda estão formando hábitos de consumo. Por isso, decidimos fazer uma publicação específica para esse público, de 15 a 30 anos, usando a linguagem deles e também abordando assuntos do seu cotidiano, como tatuagens, compras online, saídas noturnas. Como a cartilha está disponível para download na internet (http://www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=914), esperamos que as informações circulem entre eles - diz Roberto Pfeiffer, diretor-executivo do Procon-SP.
Para Carla Barros, antropóloga especializada em consumo, a questão não é consumir, são os excessos:
- Quando o consumo passa a ser fator de inclusão ou exclusão social, isso preocupa. O problema é que esse grupo ainda não tem maturidade. É preciso estar consciente de que o consumo, como qualquer outra área da vida, tem limites. É irreal pensar que é possível ter tudo. Também cabe aos pais estabelecer esses limites e dar exemplo.
Para Heloisa Torres de Mello, gerente do Instituto Akatu - Pelo Consumo Consciente, a questão é a inversão de valores:
- Hoje em dia as pessoas vivem para consumir e não consomem para viver. E o jovem está muito exposto. É preciso informá-lo mais para que possa decidir com a consciência do impacto do seu consumo. (Texto adaptado do Jornal O Globo, 2010)

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