domingo, 13 de setembro de 2009

Conta do clima chega a U$S 300 bilhões por ano. Valor não deve ser alcançado na reunião de cúpula da ONU em dezembro.

Segundo Yvo de Boer, secretário-executivo da Convenção do Clima que se realizará em dezembro em Copenhague, este montante não será atingido devido à recente crise econômica. A maior parte desse dinheiro viria dos governos e o restante de investimentos em mecado de carbono. Aqui no Brasil, quando o assunto é financiamento, a maior preocupação do país é com o mecanismo REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação de Florestas) que deverá ser regulamentado na Convenção de Copenhague. Como a maior parte das emissões de CO2 brasileiras vem do desmatamento, a chave das negociações do governo passa por instrumentos internacionais que o ajudem a pagar a conta do combate ao problema. Segundo o negociador chefe da delegação brasileira, Luiz Alberto Figueiredo, do Itamaraty, o financiamento para o combate ao desmatamento virá de várias fontes, inclusive do mercado de carbono, com cuidado para não ter quebra da integridade do sistema climático. Para o Greenpeace, o perigo é que o mercado de carbono entre nessa conta, dando créditos para que outro país emita mias CO2 em troca de uma emissão que não deixará de acontecer, e não de uma emissão que será cortada. Nessa equação, as emissões globais, ao invés de caírem, acabarão subindo. - Enquanto o mercado de carbono não estiver regulado, não é recomendável que seja usado para pagar o combate ao desmatamento - explicou João Talocchi, da Campanha do Clima do Greenpeace. Ele afirmou que o Brasil irá apresentar em Copenhague o volume da diminuição de emissões que deverá fazer no médio prazo. A fórmula dessas reduções, disse, ainda está sendo discutida, mas terá como base as ações e números apresentados no Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Segundo o documento, lançado no final do ano passado, o Brasil pretende diminuir o desmatamento em 70% até 2017, o que levaria a reduções da ordem de 4,8 bilhões de toneladas de carbono. De acordo com Figueiredo, o país tem o potencial de reduzir bastante. Pode representar mais do que estão fazendo os países desenvolvidos. O Brasil, além de puxar outros emergentes para assumirem compromissos, dará ao país a condição de cobrar cortes mais agressivos dos países ricos. (texto adaptado do Jornal O Globo, agosto de 2009)

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