domingo, 13 de setembro de 2009

Mudanças climáticas já matam 315 mil por ano. Número deve dobrar em 20 anos, atingindo 10% da população do planeta. Países pobres são mais afetados.

Clima desequilibrado, consequências desiguais. Um relatório divulgado pelo Fórum Humanitário Global (FHG) revela que o aquecimento global já é responsável por 315 mil mortes por ano em todo o mundo, resultantes da falta de água e alimentos. Em duas décadas esse número deve dobrar, afetando cerca de 10% da população do planeta. Segundo a entidade, que é presidida pelo ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, os habitantes dos países em desenvolvimento são os mais atingidos pelas mudanças climáticas, embora os 50 países mais pobres do mundo respondam por menos de 1% das emissões de gases do efeito estufa. Para Annan, as mudanças climáticas representam o maior desafio humanitário emergente do nosso tempo, causando sofrimento para centenas de milhões de pessoas no mundo todo. Intitulado "Anatomia de uma crise silenciosa", o estudo pede atenção especial aos chamados refugiados climáticos: 500 milhões de pessoas consideradas extremamente vulneráveis, por viverem em países pobres, propensos a secas, inundações, tempestades, elevação do nível dos mares e desertificação. Das 20 nações mais vulneráveis ao aquecimento global, 15 ficam na África. O sul da Ásia e pequenos países insulares também já estão sendo severamente afetados pelas mudanças no clima do planeta. Os prejuízos decorrentes deste problema já ultrapassam os US$ 125 bilhões por ano, mais que do que o fluxo anual da ajuda dos países ricos para os pobres, e devem chegar a U$ 340 bilhões por ano até 2030. Enquanto isso, as verbas internacionais destinadas ao combate às mudanças climáticas são de aproximadamente US$ 400 milões por ano. - Espero que todas as nações que forem a Copenhague se alinhem em torno do mais ambicioso acordo climático internacional já negociado - declarou Annan, referindo-se a Conferência da ONU sobre o clima, que vai acontecer em dezembro, na Dinamarca, quando deve ser acertado um tratado para substituir o Protocolo de Quioto. (texto adaptado do Jornal O Globo, maio de 2009)

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